Artigo Grupo de Estudos em Comunicação e Ações Motivacionais ABRH/RS
Independentemente de sua profissão, as maneiras que nos comunicamos verbalmente, são tão essenciais em nossa vida quanto a idéia que queremos exprimir com esta comunicação. Por vezes, parece que estamos ficando mais inarticulados e desatentos em relação ao nosso discurso. Em muitos lugares, o simples ato de pedir informações pode ser um grande desafio, uma vez que talvez tenhamos que decifrar uma fala em tom baixo ou mesmo um sotaque regional. Em um mundo cada dia mais globalizado, quando se fala ao telefone com alguém que não conhecemos presencialmente, em menos de 30 segundos já formamos imagens mentais a respeito do interlocutor tais como: sua aparência, sua inteligência e até mesmo se seremos ouvidos no que temos a dizer.
Diante desta brevíssima introdução sobre a importância da fala, poderemos identificar e combater certas palavras e ou expressões sem sentido que contaminam o nosso discurso, desviam a atenção de nossa mensagem, reduzem nosso impacto e irritam o ouvinte.
As expressões mais comuns ao uso são: “Uh”, “Ah”, “Hummm”, “Bem”, “OK”, “Você sabe”, “Tipo” etc.. que usamos para preencher os espaços vazios entre nossos pensamentos. Se isso lhe parece familiar, não se preocupe, pois os adolescentes, por exemplo, sempre tiveram linguagem própria. Eles se apaixonam por palavras do mesmo modo que se apaixonam por grupos musicais, modas ou mesmo por pessoas do outro sexo.
Para mensurar certo grau de importância do uso destas expressões nossa comunicação, tomaremos como exemplo a expressão “TANTO FAZ” usada na frase: -“Você quer ir no cinema hoje?” – “Tanto faz”. Percebam a seguir que a expressão “tanto faz” pode transparecer um elemento rude, expressando não apenas indiferença, mas também uma falta de interesse no que o falante está dizendo, o que nem sempre é verdadeiro.
O uso de expressões sem significado como esta, pode tranquilamente fazer a conversa de um adulto inteligente parecer com qualquer coisa, menos ser inteligente, o que é um grande risco pois, particularmente, já as ouvi em discursos de médicos, advogados, cientistas etc.., certamente adultos cultos e estudiosos entre suas vocações.
Um de seus efeitos, é fazer com que pareçamos inseguros, hesitantes ou até mesmo incompetentes, o que em muitos casos não procede, pois a utilização das mesmas se trata de um hábito inconsciente. Como exemplo final, usaremos a fala do Secretário de Defesa Americano (USA) que em uma entrevista, quando perguntando sobre um tema tenso (Ataque Aéreo a Líbia¹) utilizou-se em um breve espaço de tempo (em torno de 4 minutos) aproximadamente 60 vezes a expressões “hummm” e “ah”, ou seja, visivelmente milhões de espectadores perceberam seu estado hesitante e inseguro, quando o mesmo deveria ter feito o povo americano acreditar que poderia confiar na decisão militar em agir de maneira agressiva nesta situação potencialmente perigosa ao país.
No intuito de concluirmos este artigo e já que identificamos tais expressões, é necessário explicitarmos uma das mais eficazes ferramentas para obtenção de um linguajar mais claro e harmônico: O Silêncio.
Sempre que nos atermos utilizando-as, façamos uma pausa em silêncio. Nas primeiras vezes que o falante assim o fizer, é bastante comum a impressão de ter um “buraco” enorme e assustador na interlocução, porém tenha a certeza, o ouvite mal irá perceber. A medida que você praticar estas pausas, logo irá descobrir como o silêncio pode ser maravilhoso. Ele pode ajudá-lo a organizar suas idéias, além da descoberta que esta pausa, o ajudará a prender a atenção de seu auditório.
Quando estiver motivado a se comunicar e seus ouvintes aparentemente não estiverem ou estiverem emitindo sons perturbadores ao ambiente, permaneça em silêncio e perceberá que em pouquíssimo tempo todos os olhos estarão sobre você, interessados em ouvir o que você tem a dizer, pois o som do silêncio, é o mais eloquente dentre todos os sons.
¹ Referências Bibliográficas:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/04/110422_avioes_libia_bg.shtml