Hipersexualidade.

Certamente tratar da questão sexual (adulta ou infantil) seja do ponto de vista qualitativo ou do ponto de vista quantitativo é bastante complexo. Esse artigo destaca a questão quantitativa, ou seja, quanto de atividade sexual seria normal e quanto seria patológico, seja ela para mais ou para menos. Veremos aqui as alterações para mais, ou, a hipersexualidade.

Uma questão primeira a ser dada importância, é o fato de muitos dos pacientes com sintomas hipersexuais não apresentarem nenhuma evidência visível de outra disfunção neuropsiquiátrica. Outros podem ter algumas evidências de algum comprometimento  e, finalmente, alguns de muito comprometimento patológico. 
A dúvida que aqui se apresenta é: naquelas pessoas sem nenhuma outra evidência de disfunção neuropsiquiátrica, além da atividade sexual numericamente anormal, estaria correto pensarmos numa patologia?



Para ser considerado como algo patológico, segundo os autores e as diretrizes da psicopatologia, o Comportamento Sexual Compulsivo deveria proporcionar sofrimento emocional e causar sérias conseqüências interpessoais, ocupacionais, familiares e financeiras. Mesmo assim estaríamos diante de uma situação polêmica, pois se há uma sexualidade patológica, ou seja doentia, na qual o apetite e as fantasias sexuais aumentam a um tal ponto que chegam a ocupar quase todos os pensamentos e sentimentos, estaríamos sim perante um quadro Obsessivo-Compulsivo com sintomatologia sexual. Porém, se estivermos diante de uma pessoa que exige gratificação sexual sem maiores considerações éticas, morais e legais, resolvendo-se numa sucessão impulsiva e insaciável de prazeres, aí então estaríamos tratando de um Transtorno Sociopático ou Borderline da Personalidade, com sintomas sexuais incluidos.
 
É importante saber desta diferenciação para que em momento oportuno o Psicanalista possa intervir buscando o núcleo neurótico, residente nos impulsos sexuais infantis reprimidos.