Sindromes da Insensibilidade


     O embotamento afetivo ou a diminuição das demonstrações de afeto é uma alteração geralmente mais notada pelos familiares do que pela própria pessoa. 

O cônjuge observa um “esfriamento” que é muitas vezes interpretado como desamor. A capacidade e disposição para o prazer na inter-relação humana se restringem. Isso inclui desde a vida sexual até os relacionamentos familiares, as amizades e os mantidos nas diferentes esferas sociais. 




Alexitimia - é uma das denominações que têm sido usada para expressar etimologicamente a idéia de distanciamento em relação aos próprios sentimentos. O indivíduo passa a não mais discriminar seus sentimentos e emoções. Há uma associação de características alexitímicas tanto com o risco de infarto como com hipertensão arterial, inclusive em pessoas jovens.
Depressão Essencial – existe uma amputação do mundo afetivo em relação aos outros campos de ações da pessoa. O indivíduo passa a viver uma “vida operativa”, onde o existir cotidiano se resume a pensamentos e ações essencialmente operativos. Ocorre o desaparecimento da expressão de quaisquer emoções e a pessoa assume uma aparência de uma gélida insensibilidade. O trabalho continua sendo desempenhado de modo formalmente correto, embora assumindo um caráter mecânico, de trabalho sem prazer. Não existem sintomas de ansiedade, a tristeza não é manifestada, não há idéias de fracasso ou de suicídio – o que ocorre é uma espécie de enregelamento em que desaparece o prazer. 
 

Normopatia - a pessoa evita qualquer expressão de sofrimento. Os normopatas constroem fortes barreiras psicológicas de qualquer sofrimento psíquico.
A insensibilidade pode levar a pessoa a um modelo paranóico de personalidade. 

Este modelo tende a surgir quando a pessoa se apresenta como detentores da verdade e só pode ser aceito em seu interior o discurso da certeza e da infabilidade. Os que são levados a se identificar com esta pessoa “modelar” e “infalível” também passam a desprezar todos aqueles que não trabalham para esta "grandeza"..
 

Estudando as dinâmicas  destas pessoas, se percebe que lagumas se tornam inflexíveis e mesmo impiedosas com quem não adete plenamente ao ideal de perfeição.   As atividades de racionalidade isolam a afetividade. As atividades computadorizadas oferecem um exemplo.
    A necessidade de respeitar o psiquismo humano em seus aspectos não racionais é essencial para a integridade deste psiquismo e, portanto, para a saúde mental e geral.
    A racionalidade não é um mal. O risco apontado acontece tão-somente quando se implantam princípios de gestão e de organização do trabalho em nossas vidas pessoais, que promovam a exclusão e mesmo o menosprezo à dimensão afetiva

. Embora exista o estímulo da racionalidade necessária aos desempenhos, o problema não reside aí, e sim nas pressões que exacerbam essa racionalidade.