A estrutura de uma neurose histérica é a que mais se aproxima daquilo designado como normal; nela o controle do ego é derrubado, ocorrendo ações a que o ego não visa. A denominação histérica vem do grego “hysteron” que significa útero e como foi percebida entre as mulheres naqueles tempos, denominou-se histéricas as mulheres que apresentavam quadro de sintomas comuns. Os principais sintomas são a teatralidade, sugestionabilidade, necessidade de atenção constante e manipulação emocional das pessoas ao seu redor. O neurótico histérico pode desmaiar, ficar paralítico, sem fala, trêmulo, e desempenhar todo tipo de papel de doente.
A estrutura histérica ocorre com mais freqüência nas mulheres do que nos homens, devido ao fato de apresentarem uma maior complicação no desenvolvimento sexual, a menina se sente castrada e por isso é levada a passividade.
O primado genital mostra-se evidente, o indivíduo histérico apresenta fixações à fase fálica, guardando fortes componentes orais que jamais se tornarão organizadores. A formação dessa estrutura se dá pelo modo que se supera o complexo de Édipo; Os investimentos objetais mostram-se facilmente móveis e variados. Os indivíduos histéricos ou jamais superaram a sua escolha objetal primitiva ou nela se fixam de tal forma que ao surgir alguma frustração posterior, retornam ao objeto.
A força do componente erótico é a principal característica do modo de estruturação histérica, toda sexualidade representa o amor incestuoso infantil, então o desejo de reprimir o complexo de Édipo faz com que haja repressão da sexualidade, as idéias reprimidas continuam inalteradas no inconsciente, exercendo influência, mesmo que o individuo adulto apresente quadro normal ou acima da média social, sexualmente falando.
Os histéricos têm medo de não serem amados e assim tentam influenciar diretamente as pessoas que os cercam a fim de dissuadi-los de fazer as coisas que eles temem.
O histérico passa da realidade para fantasia, substitui objetos sexuais reais por representantes infantis; processo denominado introversão; e a somatização se dá com a tradução de fantasias específicas em linguagem corporal diretamente.
Na histeria, a angústia é expressa através do corpo; pode apresentar os sintomas da seguinte forma: manifestações agudas; grandes ataques, crises menores, quadros dissociativos e quadros funcionais duradouros; como paralisias, anestesias e transtornos sensoriais, crises de chouro, solidão, etc...tendo como característica principal a forma exagerada que se apresentam esses sintomas. O caso de Anna O. foi o mais famoso, não somente pelo "Arco Muscular" formado pela paciente, mas sim pelo estudo em conjunto de Charcot, Breuer, Freud.
Na neurose histérica encontram-se dois grupos: a neurose histérica de conversão no que se caracteriza pela necessidade do neurótico em chamar a atenção sobre si, de vislumbrar e de conquistar a piedade dos outros, usando para isso, doenças com utilização de órgãos alvo, usa de comportamentos frágeis e delicados para atrair os outros e a neurose histérica de angústia que evidencia a projeção da personalidade que é frustrante, em outra que agrade o indivíduo ou seja uma pessoa infeliz e insatisfeita, pode ser representada por um individuo aparentemente, forte, feliz e seguro de suas açoes, utilizando-a assim no lugar daquela geradora de angústia e de ansiedade. Para chegarmos o processo de AB-REAÇÃO é necessário o rememoramento do evento traumático, que normalmente se deu de forma passiva, caso contrário a patologia seria outra.