Tricotilomania e Saúde Mental
Tricotilomania é um transtorno mental que envolve uma vontade irresistível de puxar o cabelo. Este comportamento ocorre até o ponto de queda de cabelo visível. As áreas mais comuns para puxar o cabelo são o couro cabeludo, cílios, sobrancelhas e cabelos, mas pode envolver qualquer parte do corpo.Tricotilomania é um tipo de transtorno do controle dos impulsos. Transtornos de controle de impulso são transtornos mentais que envolvem a falha repetida de resistir aos impulsos, ou impulso para agir de forma que sejam perigoso ou nocivo.
Pessoas com esses transtornos saber que eles podem se machucar ou machucar os outros, agindo sobre os impulsos, mas não podem parar-se.Em crianças, a tricotilomania ocorre igualmente em homens e mulheres. Em adultos, é mais comum em mulheres do que em homens.
Quais são os sintomas de tricotilomania?
Uma pessoa com tricotilomania não pode controlar ou resistir à tentação de puxar o cabelo do corpo dele ou dela. Outros sintomas que podem ocorrer com esta desordem incluem:
Um sentimento de tensão antes de puxar o cabelo ou ao tentar resistir à tentação de puxar o cabelo
Um sentimento de alívio, satisfação e / ou prazer após agindo sobre o impulso de puxar o cabelo
Presença de manchas nuas onde o cabelo foi puxado para fora
Presença de outros comportamentos associados, tais como inspeção da raiz do cabelo, enrolando o cabelo, puxando o cabelo entre os dentes, mastigando o cabelo, ou comer cabelo (chamado tricofagia)Muitas pessoas que têm tricotilomania tentar negar que têm um problema e pode tentar esconder sua perda de cabelo, usando chapéus, cachecóis e cílios postiços e sobrancelhas.
O que causa a tricotilomania?
A causa exata da tricotilomania ainda não é conhecida, mas parece envolver tanto os fatores biológicos e comportamentais. A investigação descobriu uma ligação potencial entre transtornos de controle de impulso, como a tricotilomania, e certas substâncias químicas do cérebro chamadas neurotransmissores. Neurotransmissores ajudam as células nervosas no cérebro enviar mensagens uns aos outros. Um desequilíbrio desses produtos químicos pode afectar a forma como o cérebro controla os impulsos. Ele também acredita que o estresse pode desencadear o comportamento impulsivo, e que algumas pessoas continuam o comportamento fora de hábito.Em alguns casos, as pessoas com tricotilomania também têm outros transtornos, como depressão ou ansiedade. Isto sugere que pode haver uma ligação entre esses transtornos eo desenvolvimento de tricotilomania. Além disso, o risco de desenvolver a tricotilomania é ligeiramente maior em pessoas que têm parentes com a doença, o que sugere que uma tendência para a doença pode ser herdada.
Como é Tricotilomania diagnosticada?
Se os sintomas de tricotilomania estão presentes, o profissional começará a avaliação através da realização de uma história médica completa e exame físico. Não existem testes para diagnosticar a tricotilomania, embora os testes podem ser usados para afastar qualquer causa médica para a perda de cabelo.Se tricotilomania é suspeita, o profissional fisiologista deve encaminhar a pessoa a um Psicanalista, psiquiatra ,psicólogo, profissionais de saúde que são especialmente treinados para diagnosticar e tratar doenças mentais. Estes profissionais usam a primeira anamnese especialmente concebida e ferramentas para encontrar os fatores emocionais envolvidos no gatilho que disparam estes impulsos.
O medo muda seu corpo.
Quando sentimos medo ou nos deparamos com uma situação repentina de perigo, o corpo humano sofre uma mudança incrível. O estressor - por exemplo, ver seu filho preso embaixo de um carro - estimula o hipotálamo. Essa região do cérebro é responsável pela manutenção do equilíbrio entre o stress e o relaxamento em seu corpo. Quando recebe um aviso de perigo, ele envia um sinal químico a suas glândulas supra-renais, ativando o sistema simpático, que deixa o corpo em um estado de excitação.
Essas glândulas liberam adrenalina (epinefrina) e noradrenalina (norepinefrina), hormônios que criam o estado de prontidão, que ajuda uma pessoa a enfrentar melhor o perigo. Juntos, esses hormônios aumentam os batimentos cardiacos, a respiração, dilatam as pupilas, diminuem a velocidade da digestão e - talvez o mais importante - permitem que os músculos se contraiam.
![]() Seja enfrentando um perigo repentino ou fazendo escalada, seu sistema simpático cria um estado de hiperexcitação para ajudá-lo a encarar o risco |
Todas essas mudanças em nosso estado físico normal nos preparam para enfrentarmos o perigo de frente. Juntas, tornam-nos mais ágeis, permitem que captemos mais informações e nos ajudam a usar mais energia. Mas o efeito da adrenalina nos músculos é responsável por essa força surpreendente. A adrenalina age nos músculos, permitindo que eles se contraiam mais do que quando o corpo está em estado calmo ou neutro.
Quando a adrenalina é liberada pela medula supra-renal - região interior das glândulas supra-renais que estão localizadas bem acima de seus rins - ela permite que o sangue circule com mais facilidade nos músculos.
Isso significa que uma quantidade maior de oxigênio é transportada para seus músculos pelo sangue extra, o que permite que eles funcionem a níveis elevados. Os músculos esqueléticos - aqueles presos aos ossos por tendões - são ativados pelos impulsos elétricos do sistema nervoso. Quando são estimulados, os músculos contraem-se, o que significa que eles diminuem. Isso é o que acontece quando você levanta um objeto, corre ou dá um soco. A adrenalina também facilita a conversão da fonte de combustível do corpo, o glicogênio, para seu combustível, a glicose. Esse carboidrato dá energia aos músculos, e uma explosão repentina da glicose também permite que eles fiquem mais fortes.
Então, isso significa que temos forças sobre-humanas que se revelam quando nos deparamos com o perigo? Essa é uma maneira de liberá-las.
Algumas pessoas criam teorias de que nós normalmente usamos apenas uma pequena porcentagem da capacidade de nossos músculos. Quando estamos frente a frente com o perigo, ultrapassamos os limites de nossos músculos e simplesmente agimos. O aumento súbito da adrenalina, responsável pelo aumento repentino da força, facilita uma pessoa a levantar um carro. Em outras palavras, quando enfrentamos um estresse extremo, usamos involuntariamente nossos músculos além dos limites de seu uso voluntário normal.
Essa teoria é apoiada pelo que acontece quando uma pessoa é eletrocutada. A pessoa que recebe um choque pode ser arremessada longe. Mas isso não se deve ao choque elétrico.
Ao contrário, é a contração inesperada e violenta dos músculos da pessoa, como resultado da carga elétrica que passa pelo corpo. Isso demonstra o potencial da contração muscular que não é utilizado sob circunstâncias normais. De forma bem semelhante que as pessoas não conseguem se jogar do outro lado do quarto, elas normalmente também não conseguem levantar um carro - os recursos não estão disponíveis sem uma ameaça.
Pensando sob esta ótica, se uma pessoa fisiológica através destas variantes entre medo e resposta fisica consegue erguer um carro....Através de nosso próprios medos não distorceriamos os significantes de certas coisas cotidianas?? Pense nisso!
Disgrafia
A Disgrafia é uma dificuldade do aprendizado que como a dislexia
afeta um número considerável de crianças e jovens no Brasil e no mundo.
Ela é vista como um empecilho para o desenvolvimento das habilidades
relativas a escrita, especialmente nas crianças. E por ser um transtorno
da escrita ela pode acabar prejudicando o desenvolvimento educacional e
pessoal do estudante se não for tratada a tempo.
É importante saber que a disgrafia pode ser de dois tipos: a disgrafia motora e disgrafia perceptiva. A disgrafia motora é caracterizada pelo disgráfico saber o que quer escrever mas não consegui realizara ação. Já a disgrafia perceptiva, envolve a habilidade da pessoa ser capaz de perceber a diferença entre símbolos da escrita, e por isto, ela está mais ligada a disortografia. Diferentemente da disgrafia, a disortografia não afeta a escrita das palavras mas sim a posição e ordem de seus elementos. Este é o caso da criança que frequentemente troca as letras das palavras.
Entre os principais sintomas da disgrafia estão:
Os disgráficos frequentemente costumam inverter as sílabas das palavras, omitir letras, escrever letras espalhadas, além disto, eles também costumam segurar o lápis ou a caneta de forma diferenciada enquanto escrevem. Assim para um disgráfico escrever um texto ou copiar frases em uma folha de papel, pode ser uma tarefa não só estressante mas também cansativa. Então, fica mais fácil entender como por causa do contínuo fracasso em realizar tarefas causado pela disgrafia, uma criança pode desenvolver insegurança, baixa autoestima e desinteresse pelos estudos.

Para se resolver o problema da disgrafia é recomendável a busca por um acompanhamento individual complementar. Esta solução inclui um programa educativo individual ou P-E-I. Que como o próprio nome indica é desenvolvido para cada criança. O tratamento da disgrafia incluir a estimulação linguística global, através de um acompanhamento multidisciplinar.
Alguns dos profissionais especialistas que podem participar desse acompanhamento multidisciplinar são: psicólogos, pedagogos, psicanalistas, neurologistas e fonoaudiólogos. Na escola, os disgráficos também podem se beneficiar de avaliação com uma maior ênfase na expressão oral. Neste processo é muito importante contar com apoio de professores e familiares. É também importante que estes professores e membros da família procurem evitar repreender a pessoa dísgrafa e façam de tudo para exercer uma influência positiva em sua evolução.
É importante saber que a disgrafia pode ser de dois tipos: a disgrafia motora e disgrafia perceptiva. A disgrafia motora é caracterizada pelo disgráfico saber o que quer escrever mas não consegui realizara ação. Já a disgrafia perceptiva, envolve a habilidade da pessoa ser capaz de perceber a diferença entre símbolos da escrita, e por isto, ela está mais ligada a disortografia. Diferentemente da disgrafia, a disortografia não afeta a escrita das palavras mas sim a posição e ordem de seus elementos. Este é o caso da criança que frequentemente troca as letras das palavras.
Entre os principais sintomas da disgrafia estão:
- Lentidão na escrita;
- Letra ilegível;
- Traços irregulares;
- Problemas com organização espacial;
- Problemas com a separação correta das palavras.
Outros sintomas da disgrafia

Os disgráficos frequentemente costumam inverter as sílabas das palavras, omitir letras, escrever letras espalhadas, além disto, eles também costumam segurar o lápis ou a caneta de forma diferenciada enquanto escrevem. Assim para um disgráfico escrever um texto ou copiar frases em uma folha de papel, pode ser uma tarefa não só estressante mas também cansativa. Então, fica mais fácil entender como por causa do contínuo fracasso em realizar tarefas causado pela disgrafia, uma criança pode desenvolver insegurança, baixa autoestima e desinteresse pelos estudos.
Tratamento da disgrafia

Para se resolver o problema da disgrafia é recomendável a busca por um acompanhamento individual complementar. Esta solução inclui um programa educativo individual ou P-E-I. Que como o próprio nome indica é desenvolvido para cada criança. O tratamento da disgrafia incluir a estimulação linguística global, através de um acompanhamento multidisciplinar.
Quem participa do acompanhamento multidisciplinar para disgrafia?

Alguns dos profissionais especialistas que podem participar desse acompanhamento multidisciplinar são: psicólogos, pedagogos, psicanalistas, neurologistas e fonoaudiólogos. Na escola, os disgráficos também podem se beneficiar de avaliação com uma maior ênfase na expressão oral. Neste processo é muito importante contar com apoio de professores e familiares. É também importante que estes professores e membros da família procurem evitar repreender a pessoa dísgrafa e façam de tudo para exercer uma influência positiva em sua evolução.
Pessoas Egocêntricas
O Egocentrismo é a característica que define as personalidades dos que consideram que tudo gira ao seu redor.
Sua formação está diretamente relacionada a um estágio infantil, na qual a criança com cerca de 3 anos passa pelo período chamado "teimoso", pois ainda não compreende que faz parte de uma sociedade, imaginando assim que todo o mundogira em torno de si mesmo. A não atualização deste estágio ao longo da vida, faz com que o adulto então permaneça infantilmente egocentrado.
O Egocetrismo remete ao indivíduo que prioriza a si (seus desejos, pensamentos e necessidades) diante da realidade, tornando-se imersos em uma fantasia apropriada a esse padrão de aceitação e não enxergando a realidade da vida social e das necessidades de outros indivíduos em relação as suas.
A seguir, alguns traços comuns de uma pessoa egocêntrica que podem nos ajudar a identificar uma pessoa que sofre deste distúrbio de personalidade narcisista.
* Eles colocaram a sua felicidade antes de qualquer outra pessoa.
* Eles não mostram sentimentos de simpatia, compaixão e compreensão para com os outros ou a sociedade.
* Eles tendem a abandonar alguém para satisfazer suas próprias necessidades.
* Eles costumam fazer amigos por um bom tempo.
* Eles precisam ser constantemente elogiados e suas ações precisam ser atendidas com a aprovação em todos os momentos.
* Eles são indiferentes a muitas coisas na sociedade e as pessoas.
* Não encoraja a outros para que possa se destacar em qualquer campo.
* "Puxa para baixo" as pessoas com ações e palavras duras.
* Não costumam reconhecer os seus erros e raramente se desculpam por eles.
* Geralmente são materialistas, porque objetos inanimados podem ser controlados e manipulados.
* Eles precisam estar no centro das atenções e ser o centro das atenções o tempo todo.
* Eles não escutam e apresentam várias características egoistas em um relacionamento.
* Eles não contribuem em atividades de grupo ou projetos que envolvam trabalho em equipe.
* Eles costumam vangloriar-se sobre as suas realizações e têm uma tendência a maximizar ao máximo algo pequeno para transforma-lo em grande.
* Eles se preocupam mais com a sua autoimagem do que qualquer outra coisa.
Como lidar com pessoas egocêntricas
É desnecessário dizer que a convivência com pessoas egocêntricas não é fácil justamente pela maneira de como estas pessoas tratam os outros. Vejamos algumas maneira de lidar mais facilmente com estas pessoas.
* Ao interagir com pessoas egocêntricas, tente fazê-lo em um grupo para que haja outras pessoas presentes pois isso os dificultará a tentativa de atrair a atenção, pelo numero de pessoas.
* Perceba pausas em sua fala para incluir os seus pontos de vista.
* Se possível, tente entender seus padrões de comportamento, tentando identificar as necessidades básicas para estes comportamentos aparecerem e antes disso impedi-los, por falência de causa.
* Não perca a calma ou paz de espírito por ficar afetado com o que eles fazem. Experimente e mantenha sempre o foco em sua vida e em suas ações, exatamente como em um jogo.
* Não se entregue às exigências. Não os deixe dominar. Pausadamente e de maneira adequada alguns limites podem e deve ser impostos, tanto quanto um pai faria.
Lembrando-se sempre de que se trata de uma pessoa com transtornos de funcionamento mental vindos de uma fase infantil, certamente ficará menos difícil este convívio.
Sua formação está diretamente relacionada a um estágio infantil, na qual a criança com cerca de 3 anos passa pelo período chamado "teimoso", pois ainda não compreende que faz parte de uma sociedade, imaginando assim que todo o mundogira em torno de si mesmo. A não atualização deste estágio ao longo da vida, faz com que o adulto então permaneça infantilmente egocentrado.
O Egocetrismo remete ao indivíduo que prioriza a si (seus desejos, pensamentos e necessidades) diante da realidade, tornando-se imersos em uma fantasia apropriada a esse padrão de aceitação e não enxergando a realidade da vida social e das necessidades de outros indivíduos em relação as suas.
A seguir, alguns traços comuns de uma pessoa egocêntrica que podem nos ajudar a identificar uma pessoa que sofre deste distúrbio de personalidade narcisista.
* Eles colocaram a sua felicidade antes de qualquer outra pessoa.
* Eles não mostram sentimentos de simpatia, compaixão e compreensão para com os outros ou a sociedade.
* Eles tendem a abandonar alguém para satisfazer suas próprias necessidades.
* Eles costumam fazer amigos por um bom tempo.
* Eles precisam ser constantemente elogiados e suas ações precisam ser atendidas com a aprovação em todos os momentos.
* Eles são indiferentes a muitas coisas na sociedade e as pessoas.
* Não encoraja a outros para que possa se destacar em qualquer campo.
* "Puxa para baixo" as pessoas com ações e palavras duras.
* Não costumam reconhecer os seus erros e raramente se desculpam por eles.
* Geralmente são materialistas, porque objetos inanimados podem ser controlados e manipulados.
* Eles precisam estar no centro das atenções e ser o centro das atenções o tempo todo.
* Eles não escutam e apresentam várias características egoistas em um relacionamento.
* Eles não contribuem em atividades de grupo ou projetos que envolvam trabalho em equipe.
* Eles costumam vangloriar-se sobre as suas realizações e têm uma tendência a maximizar ao máximo algo pequeno para transforma-lo em grande.
* Eles se preocupam mais com a sua autoimagem do que qualquer outra coisa.
Como lidar com pessoas egocêntricas
É desnecessário dizer que a convivência com pessoas egocêntricas não é fácil justamente pela maneira de como estas pessoas tratam os outros. Vejamos algumas maneira de lidar mais facilmente com estas pessoas.
* Ao interagir com pessoas egocêntricas, tente fazê-lo em um grupo para que haja outras pessoas presentes pois isso os dificultará a tentativa de atrair a atenção, pelo numero de pessoas.
* Perceba pausas em sua fala para incluir os seus pontos de vista.
* Se possível, tente entender seus padrões de comportamento, tentando identificar as necessidades básicas para estes comportamentos aparecerem e antes disso impedi-los, por falência de causa.
* Não perca a calma ou paz de espírito por ficar afetado com o que eles fazem. Experimente e mantenha sempre o foco em sua vida e em suas ações, exatamente como em um jogo.
* Não se entregue às exigências. Não os deixe dominar. Pausadamente e de maneira adequada alguns limites podem e deve ser impostos, tanto quanto um pai faria.
Lembrando-se sempre de que se trata de uma pessoa com transtornos de funcionamento mental vindos de uma fase infantil, certamente ficará menos difícil este convívio.
Sindromes da Insensibilidade
O embotamento afetivo ou a diminuição das demonstrações de afeto é uma alteração geralmente mais notada pelos familiares do que pela própria pessoa.
O cônjuge observa um “esfriamento” que é muitas vezes interpretado como desamor. A capacidade e disposição para o prazer na inter-relação humana se restringem. Isso inclui desde a vida sexual até os relacionamentos familiares, as amizades e os mantidos nas diferentes esferas sociais.
Alexitimia - é uma das denominações que têm sido usada para expressar etimologicamente a idéia de distanciamento em relação aos próprios sentimentos. O indivíduo passa a não mais discriminar seus sentimentos e emoções. Há uma associação de características alexitímicas tanto com o risco de infarto como com hipertensão arterial, inclusive em pessoas jovens.
Depressão Essencial – existe uma amputação do mundo afetivo em relação aos outros campos de ações da pessoa. O indivíduo passa a viver uma “vida operativa”, onde o existir cotidiano se resume a pensamentos e ações essencialmente operativos. Ocorre o desaparecimento da expressão de quaisquer emoções e a pessoa assume uma aparência de uma gélida insensibilidade. O trabalho continua sendo desempenhado de modo formalmente correto, embora assumindo um caráter mecânico, de trabalho sem prazer. Não existem sintomas de ansiedade, a tristeza não é manifestada, não há idéias de fracasso ou de suicídio – o que ocorre é uma espécie de enregelamento em que desaparece o prazer.
Normopatia - a pessoa evita qualquer expressão de sofrimento. Os normopatas constroem fortes barreiras psicológicas de qualquer sofrimento psíquico.
A insensibilidade pode levar a pessoa a um modelo paranóico de personalidade.
Este modelo tende a surgir quando a pessoa se apresenta como detentores da verdade e só pode ser aceito em seu interior o discurso da certeza e da infabilidade. Os que são levados a se identificar com esta pessoa “modelar” e “infalível” também passam a desprezar todos aqueles que não trabalham para esta "grandeza"..
Estudando as dinâmicas destas pessoas, se percebe que lagumas se tornam inflexíveis e mesmo impiedosas com quem não adete plenamente ao ideal de perfeição. As atividades de racionalidade isolam a afetividade. As atividades computadorizadas oferecem um exemplo.
A necessidade de respeitar o psiquismo humano em seus aspectos não racionais é essencial para a integridade deste psiquismo e, portanto, para a saúde mental e geral.
A racionalidade não é um mal. O risco apontado acontece tão-somente quando se implantam princípios de gestão e de organização do trabalho em nossas vidas pessoais, que promovam a exclusão e mesmo o menosprezo à dimensão afetiva
. Embora exista o estímulo da racionalidade necessária aos desempenhos, o problema não reside aí, e sim nas pressões que exacerbam essa racionalidade.
Desumanização
Uma foto rodou o mundo na semana passada. Uma pessoa
foi empurrada nos trilhos do metrô de Nova York. A estação da Times
Square tinha, segundo relatos, algumas dezenas de pessoas e dentre elas
um fotógrafo. O homem tentava sair dos trilhos, escapar da morte. As
pessoas em volta nada fizeram, exceto o tal fotógrafo.
Ele não tentou ajudar o homem. Ele sacou sua câmera e clicou algumas
vezes o homem nos trilhos, o trem se aproximando. Tudo, entre a queda e
a morte, não teria levado mais que alguns segundos. Há divergências
quantos.Na estação, os voyeurs não moveram um músculo. Assistiram pacientemente a morte de uma pessoa. Na estação, um fotógrafo freelancer eternizou o momento, para outros voyeurs na foto que foi estampada no New York Post com a manchete:
ESTE HOMEM ESTÁ PRESTES A MORRER.
Há alguma diferença entre as atitudes da plataforma. Alguns se contentaram em contemplar os últimos instantes de um "condenado à morte", como, aliás, é morbidamente comum nos corredores da morte nas penitenciárias dos Estados Unidos.
O fotógrafo reagiu. Se mexeu. Mas fez o mesmo que os outros anônimos, deixou o trem passar em cima de uma pessoa. Reagiu em nome do trabalho, afinal ele é fotógrafo, faz disso sua vida. Apesar de chocante, nada espanta. Antes de tudo, antes de si mesmo, antes de qualquer coisa, aquele rapaz é fotografo. E é aquilo que ele pode ser.
Não é de hoje, nem sequer de ontem. Há muito nos definimos, nos enxergamos no mundo, a partir do ponto de vista específico: o do trabalho. Eu sou aquilo que eu faço pra viver.
Umar Abbasi, o fotógrafo, apertou várias vezes o botão da câmera buscando a melhor foto, enquanto Ki-Suck Han vivia seus últimos segundos. Afinal, antes de qualquer outra categoria, qualquer humanidade, Abbasi é fotógrafo. Viu, naquela cena, a grande oportunidade de bem realizar seu trabalho. E o fez.
Déficit de Atenção em Adultos
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma das condições neurológica e de desenvolvimento mais estudadas. Em termos gerais, desatenção, impulsividade e hiperatividade são os sintomas de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, o qual, acreditava-se anteriormente, acometia apenas as crianças. Hoje já se reconhece que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma condição crônica, que persiste na vida adulta.
É comum as crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade terem também um dos pais com esse problema. Isso ocorre porque, infelizmente, como tantas outras características, também essa é uma condição genética em cerca de 80% dos casos.
Desde a primeira descrição desse distúrbio de atenção, no início do Século XX, essa condição clínica recebeu diversas denominações ao longo do tempo. Já foi chamada de Lesão Cerebral Mínima, Disfunção Cerebral Mínima, Síndrome da Criança Hiperativa, Distúrbio Primário da Atenção, e Distúrbio do Déficit de Atenção com ou sem hiperatividade.
Desde o início de sua observação até hoje, os estudos sobre o Distúrbio de Déficit de Atenção se referem às crianças em sua expressiva maioria. Os critérios diagnósticos para Distúrbio de Déficit de Atenção, de acordo com o DSM-IV, referem características mais comumente observáveis em crianças e por essa razão os adultos com o diagnóstico de Distúrbio de Déficit de Atenção acabam não preenchendo tais critérios.
Em 1980 o DSM-III (classificação norte-americana de transtornos mentais que antecedeu o DSM-IV) passou a utilizar a denominação Distúrbio de Déficit de Atenção e, com essa mudança, o transtorno não foi mais obrigatoriamente associado à hiperatividade, mas sim, às dificuldades de atenção. Hoje, parece mais consensual que nas meninas o tipo clínico mais comum é sem hiperatividade, chamado Transtorno de Déficit de Atenção Predominantemente Desatento e nos homens, mais freqüentemente os quadros com Transtorno de Déficit de Atenção Predominantemente Hiperativo.
Durante muitos anos acreditou-se também que os sintomas de TDAH geralmente desaparecessem espontaneamente no final da adolescência. De fato, existe uma tendência da hiperatividade declinar com o passar dos anos, mas os sintomas de desatenção tendem a persistir. Na verdade também a hiperatividade nem sempre a desaparece, ela apenas evolui de acordo com a idade, havendo uma “domesticação” do comportamento hiperativo. O comportamento hiperativo é substituído por atitudes de estar sempre andando de um lado para outro, de fazer tudo como se estivesse com muita pressa, de não conseguir deixar as mãos paradas e assim por diante.
Hoje em dia alguns autores acreditam que o TDAH persiste em aproximadamente 50 a 70% dos casos na idade adulta, embora o quadro clínico sofra algumas modificações com o passar do tempo (Wender, 1995).
Apesar do TDAH acometer entre 3 e 5 % das crianças, sendo considerada uma das patologias psiquiátricas mais freqüentes nesse grupo etário, pouco se sabe de sua real prevalência em adultos. Embora esse transtorno tenha sido raramente diagnosticado até recentemente em adultos, estima-se que 30 a 60% dos casos tenha seus sintomas persistidos na idade adulta, sendo sua prevalência estimada em 1 a 2%.
Quadro Clínico
O Adolescente com TDAH
As diferenças do adolescente com TDAH decorrem do próprio amadurecimento do Sistema Nervoso Central, da faixa etária e da fase da vida mas, em geral, o adolescente com TDAH têm dificuldade de ficar concentrado nas aulas, em leituras, principalmente se não tiver nenhum interesse pelos temas das aulas.
Esse critério, entretanto, deve ser cuidadosamente considerado. Há uma tendência natural em se atribuir a alguma "doença" nossas falhas, como se fosse um deslocamento da responsabilidade sobre o desejável empenho que um estudante deve ter. Pensar na possibilidade de alguma "doença" que compromete a "boa vontade" alivia muito o sentimento do dever.
Esse critério deve ser considerado também com cautela, pois, devido à sabida tendência de buscar em alguma "doença" justificativas para nossas falhas, a falta de perseverança e determinação, a negligência no empenho para resolver compromissos e deveres costumam ter um peso bastante atenuado se atribuirmos um desempenho claudicante ao TDAH.
No TDAH
franco e verdadeiro é muito marcante a tendência dos pacientes em fazer
várias coisas ao mesmo tempo, muito embora dificilmente consigam
completar alguma dessas coisas. Essas pessoas são impacientes e
inquietas, em constante busca de novidades e emoções. A ousadia,
portanto, pode estar presente na forma da condução perigosa de
veículos, na busca por esportes radicais e outros desafios.
|
![]() |
Além disso, podem fazer uso abusivo de álcool ou drogas. Em geral os adolescentes com TDAH procuram as drogas porque se sentem passageiramente melhor sob o efeito delas, embora sejam inadequadas como tratamento. Normalmente existe o mesmo distúrbio entre familiares do paciente com TDAH, uma vez que esse problema tem um forte componente genético.
O quadro sintomático do TDAH pode ser dividido em 3 áreas: a atenção, o controle dos impulsos e a atividade motora. O sintoma mais exuberante, notadamente nas crianças, é o comportamental, ou seja, o descontrole impulsivo e a hiperatividade, mas o déficit da atenção costuma ser a manifestação mais duradoura e mais relacionada aos prejuízos sócio-ocupacionais. Como vivemos num mundo onde a produção é o passaporte para a vida em sociedade, os prejuízos sócio-ocupacionais acabam sempre sendo determinantes na busca de ajuda médica.
O Adulto com TDAH
O adulto com TDAH se caracteriza por um comportamento desatento, desconcentrado e facilmente distraído. Normalmente ele é pouco persistente no que faz, tendo dificuldade em completar suas tarefas, a ponto de alguns deles nunca terem conseguido ler um livro até o final.
Com um estilo de vida bastante desorganizado, normalmente esses pacientes esquecem de pagar contas em dia, são confusos e caóticos no trabalho, esquecem compromissos, não conseguem estabelecer prioridades. Isso tudo acaba ajudando esses pacientes a se atrasarem com muita freqüência aos compromissos.
Em geral eles são impacientes, tomam decisões precipitadas e, muitas vezes, se arrependem daquilo que fazem impulsivamente, são também inquietos, têm dificuldade em ficar quietos e quase sempre estão procurando coisas para fazer. São extrovertidos e falantes, monopolizam as conversas e a atenção dos demais, mas, por outro lado, costumam ser péssimos ouvintes.
Tal como os adolescentes, esses adultos são também impulsivos para dirigir. No trabalho têm um rendimento abaixo do que seriam capazes, mudam freqüentemente de emprego, de relacionamentos e/ou de residência. São muito emotivos, têm freqüentes oscilações do humor e se irritam com facilidade.
AtençãoPara entendermos as alterações do TDAH na área da atenção temos de rever a questão da vigilância e da tenacidade. A tenacidade é a propriedade de manter a Atenção orientada de modo permanente em determinado sentido.
![]() |
A vigilância é a possibilidade
de desviar a atenção para um novo objeto, especialmente para um
estímulo do meio exterior. Essas duas qualidades da atenção se
comportam, geralmente, de maneira antagônica, ou seja, quanto mais
tenacidade sobre um determinado objeto está se dedicando, menos
vigilante estamos em relação à eventuais estímulos a serem apreendidos.
|
As alterações da Atenção no TDAH aparecem na forma dos sinais abaixo listados, os quais podem estar presentes também em pessoas normais, porém, atenuadamente:
Alterações da Atenção no TDAH
|
-
A pessoa comete erros por puro descuido, não presta muita atenção nos
detalhes, negligencia nos deveres escolares, no trabalho, ou em outras
atividades;
- Mostra dificuldade em atividades que exijam uma atenção prolongada, tal como nas tarefas ou nos jogos;
- Mostra dificuldade em manter a atenção com a fala das outras pessoas, parece não escutar o que lhe falam;
-
A pessoa é pouco persistente, não completa tarefa, não obedece às
instruções passo a passo e não completa deveres, ou tarefas no trabalho,
por impaciência ou falta de persistência;
-
Apresenta um estilo de vida desorganizado, tem dificuldade em ser
organizado em trabalhos ou outras atividades, em controlar o talão de
cheques, contas, etc;
- Costumeiramente perde objetos ou pertences, como chaves, canetas, óculos, etc;
-
Qualquer estímulo desvia sua atenção do que está fazendo, evita e se
mostra relutante a envolver-se em tarefas que exigem um esforço mental
prolongado, tais como deveres escolares ou trabalhos de casa;
- Muda freqüentemente de uma atividade para outra, quase sempre sem completar a anterior;
- Vive freqüentemente atrasada;
- Sofre a ocorrência de "brancos" durante uma leitura, conversa ou conferência.
|
HiperatividadeQuanto à hiperatividade, esta se manifesta como uma espécie de reatividade psicomotora exagerada aos estímulos, uma desinibição da resposta motora, ou uma deficiência no controle da psicomotricidade. Nos adultos a hiperatividade pode ser bem menos marcante que nas crianças. Na adolescência, a hiperatividade diminui, enquanto que o déficit de atenção, a impulsividade e a desorganização permanecem como os sintomas predominantes.
Os sinais da hiperatividade observados em adultos e em grau capaz de comprometer a adaptação e o desenvolvimento costumam ser os seguintes:
Sinais da Hiperatividade Observados em Adultos
|
-
Apresenta uma sensação subjetiva constante de inquietação ou ansiedade,
com dificuldade em brincar ou praticar qualquer atividade de lazer
sossegadamente;
- Busca freqüentemente situações estimulantes, muitas vezes que implicam risco, podendo correr ou subir em locais inadequados. - Costuma fazer diversas coisas ao mesmo tempo, como, por exemplo, ler vários livros; - Está sempre mexendo com os pés ou as mãos ou se revira na cadeira; - Fala quase sem parar, e tem tendência a monopolizar as conversas; - Mostra necessidade de estar sempre ocupado com alguma coisa, com freqüência está preocupado com algum problema seu ou de outra pessoa, freqüentemente está muito ocupado ou freqüentemente age como se estivesse "elétrico"; -Não permanece sentado por muito tempo, levanta-se da cadeira na sala de aula ou em outras situações nas quais o esperado é que ficasse sentado. |
ImpulsosEm relação ao controle dos impulsos, o que parece acontecer é uma dificuldade na manutenção da inibição social e comportamental normais, uma alteração neurobiológica do autocontrole.
As características do déficit de controle dos impulsos em adultos com TDAH se apresentam da seguinte forma:
Caracterísiticas comportamentais do TDAH em Adultos
|
- A pessoa responde antes de ouvir a pergunta toda;
- Age por impulso em relação a compras, decisões em assuntos importantes, em rompimento de relacionamentos, e por vezes se arrepende logo depois; - Apresenta reações em curto-circuito, com rápidas e passageiras explosões de raiva, tipo "pavio curto"; - Dirige perigosamente; - É de uma espontaneidade excessiva, chegando às raias da falta de tato e de cerimônia. - É hiper-sensível à provocação, crítica ou rejeição; - É impaciente e tem grande dificuldade de esperar; - Mostra baixa tolerância à frustração; - Não consegue se conter, reagindo mesmo quando a situação não o atinge diretamente ou quando sua reação pode prejudicá-lo; - Sofre oscilações bruscas e repentinas do humor, quase sempre de curta duração; - Tem tendência a explosões histéricas; - Tem um mau humor fácil. |
Com essas características comportamentais justifica-se o estresse das famílias desses pacientes, principalmente levando-se em conta o prejuízo nas atividades escolares, ocupacionais, vocacionais e sociais. Isso sem contar, considerando o próprio paciente, os efeitos negativos em sua auto-estima, normalmente muito rebaixada.
As conseqüências existenciais da pessoa com TDAH, principalmente em adultos, seriam:
Conseqüências Existenciais do TDAH em Adultos
|
- Adiamento crônico de qualquer tarefa ou compromisso, ou seja, dificuldade de dar a partida;
- Alcoolismo e abuso de drogas; - Baixa auto-estima e um sentimento crônico de incapacidade e pessimismo; - Demora tempo excessivo na execução de algum trabalho, devido em parte ao sentimento de insuficiência. - Difícil sociabilidade, dificuldade em manter os relacionamentos duradouros; - Tendência a culpar as outras pessoas; |
Além disso, são muitos os estudos que mostram um risco aumentado de desenvolverem outros transtornos psiquiátricos na infância nas crianças com essa síndrome, juntamente com a comorbidade (concomitância) de outros transtornos também nos adolescentes e nos adultos. Entre essas eventuais alterações psíquicas as mais temerárias seriam o comportamento anti-social, abuso ou dependência de álcool e drogas, transtornos sérios do humor e de ansiedade.
Outros traços podem fazer parte da personalidade do portador de TDAH. Entre esses traços estaria presente a tendência à caligrafia
ruim, dificuldades de coordenação motora, dificuldades no adormecer e
de despertar, sendo pessoas que adormecem e despertam tarde, maior
sensibilidade a ruídos e ao tato, síndrome pré-menstrual mais acentuada, dificuldade de orientação espacial e na leitura de mapas, deficiência na avaliação do tempo.
DiagnósticoO diagnóstico do TDAH,
como sempre deveria ser em medicina, repousa em dois grandes aspectos: o
quadro clínico, com a observação de sintomas na idade adulta,
juntamente com a história de eventuais sintomas apresentados na
infância. Portanto, o diagnóstico é fundamentalmente clínico. Para o
diagnóstico de TDAH em adultos alguns autores têm sugerido o seguinte:
Diagnóstico de TDAH em Adultos
|
História infantil compatível com o transtorno do adulto;
Ausência de transtorno de personalidade anti-social, esquizotípica ou borderline, Ausência de transtornos do humor, esquizofrenia e transtornos esquizoafetivos; Dois dos seguintes sintomas: 4.1 - déficit de atenção, 4.2 - hiperatividade, 4.3 - labilidade emocional, 4.4 - incapacidade de cumprir uma tarefa inteira, 4.5 - temperamento explosivo, 4.6 - impulsividade, 4.7 - intolerância ao estresse |
Para o diagnóstico no adulto Brown (1995) propôs critérios baseados nos aspectos nucleares do transtorno, que seriam cognitivos e emocionais:
Critérios de Brown para o diagnóstico de TDAH em Adultos
|
- Ativação e organização no trabalho: dificuldade em iniciar tarefas, organizar-se, estimular-se sozinho para rotinas diárias.
- Sustentação da atenção: dificuldades para manter a atenção nas tarefas, distração ou "sonhos acordados" excessivos durante o dia, em especial enquanto está ouvindo ou lendo por obrigação. - Manutenção da energia e do esforço: dificuldades em manter um nível consistente de energia e esforço nas tarefas, sonolência diurna, cansaço mental. - Labilidade do humor e hipersensibilidade à crítica: irritabilidade variável e não desencadeada por fatores externos, aparente falta de motivação, rancor exagerado. - Dificuldades de memória: dificuldades na recuperação de material recente (nomes, datas, fatos) e remoto. |
Devido (também) a esses problemas, os portadores de TDAH têm baixa auto-estima, sentem-se desmoralizados, fracassados e superados pelos seus pares. A comorbidade com esse transtorno ocorre com dificuldade no aprendizado, depressão, irritabilidade e abuso de substâncias.
De qualquer forma, existe um consenso de que o diagnóstico de TDAH deva ser clínico, ou seja, fundamentalmente baseado na observação dos sinais e sintomas e na importância da história clínica. Em relação à essa última, devem ser entrevistados membros da família, ou pessoas que convivam de perto do paciente (professores, chefes no serviço...), tendo em vista o fato comum da falta de insight desses pacientes.
A performance escolar desses pacientes deve ser sempre investigada com atenção, tendo-se em mente que, embora possa haver baixo rendimento escolar, não é raro que essas pessoas sejam bem dotadas intelectualmente. Também devemos levar em consideração que, como em qualquer outro transtorno médico, existe a possibilidade de uma gama variável de intensidade do quadro clínico, de casos bastante leves ou discretos, até os mais graves e com profundo comprometimento funcional.
O diagnóstico atual de TDAH pelo DSM-IV enfatiza a possibilidade de haver uma (a) - forma predominantemente desatenta, (b) - uma forma predominantemente hiperativa e (c) - uma forma mista, reconhecendo que os sintomas estão presentes antes dos sete anos de idade. Mas há ainda a possibilidade do diagnóstico de TDAH "em remissão parcial" para adolescentes e adultos que não preenchem os critérios plenos, devido a uma atenuação da sintomatologia. Os sintomas encontrados nos adultos são, geralmente, bem menos floridos que em crianças.
Comorbidade
Num trabalho de Millstein, Wilens, Biederman e Spencer em 1998, foram examinados 149 adultos com TDAH. Em 97% deles foram assinaladas de uma a quatro condições psiquiátricas comórbidas (concomitantes). Esses dados são extremamente importantes, na medida em que permitem deduzir que o tratamento exclusivo da outra condição psiquiátrica comórbida sem o adequado tratamento para o TDAH resultará em resultados insatisfatórios.
Com freqüência se associam ao TDAH os seguintes transtonos emocionais:
a - Distúrbios depressivos, geralmente a distimia ou quadros depressivos intermitentesEtiologia
b - Distúrbios ansiosos, comumente o distúrbio da ansiedade generalizada, o distúrbio do pânico, quadros
fóbicos, obsessivos e o distúrbio de Tourette.
c - Alcoolismo e abuso de drogas.
d - Distúrbios anti-sociais.
e - Distúrbios delirantes.
Importante para o diagnóstico lembrar que o TDAH é uma condição que acompanha a pessoa desde sempre, é constitucional e inerente à biologia da pessoa, portanto, ninguém adquire TDAH. A pessoa É portadora de TDAH, ela não ESTÁ com TDAH .
A maioria dos trabalhos recentes sobre TDAH encontra evidências de que se trata de um distúrbio neurobiológico. Alguns apontam para um eventual déficit de neurotransmissores, e outros dão ênfase ao déficit funcional do lobo frontal, mais precisamente do córtex pré-frontal.
Entre os neurotransmissores envolvidos no TDAH a dopamina (DA) e a noradrenalina (NA) teriam papel de destaque. Não parece haver participação da serotonina no Distúrbio de TDAH .
A favor dessa hipótese está o fato dos medicamentos que aumentam as quantidades de DA e NA no cérebro serem capazes atenuar os sintomas do TDAH, enquanto os antidepressivos que aumentam a serotonina (como a fluoxetina) não parecem ter bom efeito sobre esses sintomas.
Quanto ao eventual comprometimento do lobo frontal e de estruturas subcorticais (núcleo caudado e putamen) com ele relacionadas no TDAH, as técnicas especiais de neuro-imagem têm revelado alguns resultados promissores. Acredita-se que os lobos frontais tenham uma função executiva, importantes para a capacidade de iniciar, manter, inibir e desviar a atenção.
Portanto, seria tarefa dos lobos frontais o gerenciamento das informações recebidas, a integração da experiência atual com a experiência passada, o monitoramento do comportamento presente, a inibição das respostas inadequadas, e a organização e planejar de metas futuras. Podemos compreender dessa forma muitas das manifestações de TDAH como resultado de uma deficiência funcional do lobo frontal.
Evidenciou-se ainda, uma simetria anormal do córtex pré-frontal de pacientes com TDAH. Normalmente o córtex pré-frontal direito é ligeiramente maior que o esquerdo mas, nesses pacientes, haveria uma redução do córtex pré-frontal direito (Barkley, 1997).
Estudos diversos com gêmeos e com crianças adotadas sugerem fortemente que o TDAH é um distúrbio genético ou, no mínimo, constitucional. Tem sido extremamente comum vermos pacientes com TDAH e histórias familiares com ocorrência do mesmo distúrbio em pais ou irmãos. Recentemente acredita-se que o uso de álcool, fumo e drogas durante a gestação sejam fatores peri-natais importantes para o desenvolvimento de TDAH.
Curso
A maioria dos pais observa pela primeira vez o excesso de atividade motora quando as crianças ainda estão engatinhando, freqüentemente coincidindo com o desenvolvimento da locomoção independente, mas o transtorno é mais comumente diagnosticado pela primeira vez durante as primeiras séries escolares, quando o ajustamento à escola está comprometido.
Um traço marcante do TDAH em adultos é sua evolução cambiante e inconstante, ou seja, ao longo dos anos o quadro clínico muda sua aparência, embora em segundo plano persistam sempre os sinais da tríade mencionada (desatenção, hiperatividade e impulsividade). Na maioria dos casos observados nos contextos clínicos, o transtorno é relativamente estável durante o início da adolescência. Na maioria dos indivíduos, os sintomas atenuam-se durante o final da adolescência e idade adulta.
Assim sendo, tomando-se por base o TDAH em crianças, que é sua situação mais típica, com o passar do tempo costuma haver uma redução de 50% dos sintomas a cada 5 anos e, finalmente, apenas 8% das crianças se manterão sintomáticas (Hill e Schoener, 1996) na idade adulta. Mannuza (1998) encontrou dados semelhantes, constatando 4% para pacientes sintomáticos aos 25 anos de idade.
Outros adultos podem reter alguns dos sintomas, aplicando-se nestes casos um diagnóstico de TDAH em Remissão Parcial ou Residual, como preferem alguns autores. Weiss e Hechtman (1993) examinaram 25 pacientes aos 25 anos de idade e concluíram que 2/3 deles permanecia com um sintoma de TDAH, pelo menos. Esses achados sugerem fortemente que, embora possa ocorrer atenuação dos sintomas com o passar da idade, muitos adultos ainda permanecem sintomáticos.
O diagnóstico de TDAH em adulto aplica-se aos pacientes que não têm mais o transtorno com todos os seus aspectos clínicos característicos, mas que ainda retêm alguns sintomas suficientes para causarem prejuízo funcional.
Adultos portadores de TDAH costumam ter sérios problemas com o trabalho, performance escolar bastante prejudicada e dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Freqüentemente eles ficam entediados com as tarefas que exigem organização e planejamento.
Texto baseado predominantemente nos artigos:
- Hiperatividade Déficit de Atenção Adultos de Sérgio Bourbon Cabral
Associação Brasileira de Déficit de Atenção
- Transtornos de Déficit de Atenção em Adultos de Kátia Petribú, Alexandre Martins Valença, Irismar Reis de Oliveira
Assinar:
Postagens (Atom)