I Encontro Brasileiro de Estudos sobre a obra de Freud.

Nos dias 26 e 27 de Novembro aconteceu em Porto Alegre o I Congresso de Estudos sobre a Obra de Sigmund Freud. Participando dele, começo a relatar de uma forma resumida e muito informal o que lá aconteceu.
Como em outros Congressos, Simpósios e Palestras que tratam desta ciência, o ambiente formal, médico e quase litúrgico se manteve. É interessante depois de alguns eventos, que basicamente, este ambiente é o que reflete para a socidade os meandros de nossa profissão, coisa que nem sempre é verdade, porém mais a frente entenderemos um pouco mais sobre isso. No credenciamente, fui recebido com enorne organização pelos membros da  Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre, entidade séria filiada a IPA (International Psychoanalysis Association). Antes de adentrar os salões do Plaza São Rafael, percebi a movimentação de certas pessoas já com idade cronológica avançada mas de pensamentos afiados, como me disse um grande amigo.
Hoje é fato que a Internet é uma as ferramentas mais importantes na integração das pessoas e para tal, antes do começo dos trabalhos, pude assistir o final de um Simpósio sobre Psicanalise na Infancia e Adolescencia com o Psicanalista Uruguaio Victor Guerra via videoconferência. Foi muitissimo interessante ver profissionais de mais de 40 anos de Clinica debatendo, aprendendo e ensinando através desta importante ferramenta. 
Dr. Victor falava da importância dos sonhos nos bebês e que quando estes dormem não os pais são guardiões de seu sono, mas sim quando adormece uma criança em paz, se transforma ela na guardiã dos sonhos dos pais.
Já no final do Simpósio, uma colega relembrou que o Dr Victor estava se comunicando com todos, no quarto de um dos filhos. Que ironia não? Foi realmente uma experiência breve e muito gratificante, mesmo não participando ativamente de todo evento anterior.
Depois de alguns cumprimentos, abriu-se os trabalhos através da Pessoa do Dr. Gley Costa que muito gentilmente recebeu a todos com alegria e tenho certeza a recíproca tornou-se verdadeira, pois minhas suspeitas (e sim sou apto a faze-las) estavam corretas. Teriamos um evento clínico, voltado a prática e ao melhoramento, pois em suma esta é a nossa função enquanto profissionais.
O conferencista não poderia ser melhor escolhido (a cargo do Dr. Petrucci), tratava-se de:
ABRAM EKSTERMAN, Médico Psiquatra, Diretor do Nucleo de Medicina Psicossomática da Santa Casa de Misericórdia  e membro da Sociedade Brasileira de Psicanalise do RJ. 
Dr. Ekstreman (discípulo do Dr. Danilo Perestrello) fez jus ao seu mestre, nos brindando com o "Estudo Crítico da Obra de Freud". O ensaio, eu já havia o recebido para ler, coisa que fiz duas vezes, dado o "sabor doce-apimentado" do texto, levando-nos sempre pelo caminho da benécie do paciente, das técnicas de evitamento de sofrimento, da minimalização das angústias etc..
É importante saber que informação não é conhecimento e o que se passou, foi exatamente a transmissão pura de conhecimento. O conteúdo teórico estava lá, mas como uma bela roupa: moderna e usual. A teoria não veio desta vez com aquele casaco "surrado" e sim estava perfeitamente alinhada e pronta para qualquer debate. Ontem, recebemos todos, um presente (que para muitos) foi parecido com o presente usual de nossas avós (existe, mas davamos pouca importância) mas para mim algo único de ser vivenciado. 
Apesar da leitura em quase totalidade de seu Estudo ter comprometido seu tempo de Chistes, eles vieram nos momentos certos e precisos, coisa que um Psicanalista precisa sempre ter, sob a minha humilde ótica.
Este texto, de forma alguma, trata-se de uma narrativa e sim de uma crítica. Critica esta dirigida a mim mesmo, por ter passado estes anos sem me aprofundar na metodologia deste provocante conferencista.
Este tópico, se encerra com o resumo do que ele se propõe, que é transmitir a idéia de que Freud sempre será uma novidade perene, quando seus seguidores (assim como eu) pensaren que nada sabem, pois um bom Psicanalista, (quando faz Psicanálise) torna-se independente da "escola" a qual pertence. 
Um desejável terapeuta, não pratica a teoria; pratica a prática clinica. Essa Psicanálise, quando exercida com cuidado e conhecimento, sempre será Psicanálise ou seja aquela que Freud nos legou e que tentamos, em favor dos que sofrem, desenvolve-la e aperfeiçoá-la. Com esta mentalidade seguiremos em frente....


Entendendo a alucinação.

Vamos apenas atentar para os conceitos básicos de impulsos Sexuais (Pulsão de vida) e Impulsos destrutivos (Pulsão de morte).

Freud (citado por Lacan, 1954-1955) esquematiza o funcionamento do aparelho psíquico, o qual seria composto por vários sistemas. Esses sistemas estão colocados entre duas extremidades, uma perceptiva e a outra motora, sendo que a direção “normal” desse aparelho vai do pólo perceptivo para o motor. O sistema anímico se encontra mais próximo da extremidade perceptiva. A consciência teria acesso a percepções com todos os tipos de qualidade sensoriais, enquanto as recordações impressas mais profundamente seriam acessadas apenas pelo inconsciente, pois a memória e a consciência não têm uma relação direta. Desta forma, a consciência é capaz de perceber movimentos através das sensações de prazer e desprazer, além das qualidades sensoriais . Na normalidade, as pessoas armazenam coisas perceptivas e palavras que vão nomear essas coisas para que possam vir à consciência, ou seja, simbolizá-las.
Outros conceitos importantes na obra Freudiana são a pulsão de vida (Eros) e, em oposição, a pulsão de morte (Tânatos). A primeira diz respeito às pulsões de conservação da vida e sexuais. Já a pulsão de morte seria responsável por diminuir as tensões geradas pelo organismo (agressividade), tendendo ao menor grau possível. O funcionamento psíquico considerado normal deveria manter um equilíbrio entre essas duas pulsões, de modo que uma não se sobrepusesse à outra. No entanto, na patologia, por conseqüência, das percepções que causam desprazer, ou seja, lembram o sujeito de alguma experiência de dor, esse equilíbrio desaparece. Essa lembrança provoca uma enorme excitação psíquica e o EU não consegue suportá-la. Nesse momento a pulsão de vida se torna ineficiente e predomina, então, a força da pulsão de morte (Medo, Horror, Tendências destrutivas etc).
Com o objetivo de fugir da excitação causada por tais percepções, o sujeito tem a formação dos sintomas - ou seja  as alucinações (Caso Clara). As alucinações se formam a partir de um medo realístico, o medo de um perigo que, por ela, era julgado real. De certa forma, as alucinações aparecem como uma “cura”, diante do infrentamente e da possivel consciência do inconsciente.
Todas essas percepções de desprazer causadoras das alucinações, fazem com que o sujeito viva como se estivesse em processo de sonho. As alucinações representam uma regressão do psiquismo ao processo primário (fase infantil) – o mesmo processo que comanda o sonho -, o sujeito retorna aos traços nemônicos anteriores  em vez de andar na direção do pólo motor. Este sujeito é incapaz de simbolizar, sendo assim não há uma substituição da coisa pela palavra, pois, quando ele fala, ele traz as coisas em si e não símbolos, ele trata coisas abstratas como se fossem reais, frutos de seus maiores despreazeres.
Freud compara durante boa parte de sua obra o processo alucinatório com o processo de sonho e refere que tal processo ocorre como uma forma de realização de desejos. “Uma certa vivência de satisfação é a aparição de uma certa percepção cuja imagem nêmica fica, daí em diante, associada ao traço que deixou na memória a excitação produzida pela necessidade".

Dessa forma a alucinação se refere ao desejo na medida em que tenta obter a identidade perceptiva com um objeto perdido que proporcionara a primeira experiência de satisfação.
Contudo, a alucinação traz consigo a crença na realidade, pois essa crença está relacionada à percepção através dos sentidos.
Para ficar mais compreensivel e menos constrangedor é importante entendermos que:


FENOMENOLOGIA DO ATO PERCEPTIVO

A sensação (sensibilidade), matéria prima do ato perceptivo, pode ser dividida em:
- sensibilidade externa: consciência do objeto;
- sensibilidade interna: consciência visceral;
- sensibilidade geral: superficial e profunda (refere-se ao sistema osteomuscular e labirinto);
- sensibilidade especial: relacionada aos órgãos dos sentidos.
MODALIDADES DE IMAGENS MENTAIS
1. IMAGEM PERCEPTIVA REAL: possui nitidez (imagem clara e bem delimitada), corporeidade (imagem viva, corpórea), estabilidade ( a imagem é fixa) ; extrojeção (o objeto da imagem está fora dos limites do eu) e ininfluenciabilidade voluntária (a imagem não se modifica pela vontade).
2. IMAGEM PÓS-SENSORIAL OU ECO SENSORIAL: - imagem resultante persiste após um estímulo intenso (como acontece quando se olha para o sol e se fecha os olhos).
3. IMAGEM REPRESENTATIVA OU MNÊMICA:- determinada imagem sensorial vivida na memória (introjeção), sem que o objeto esteja presente e por isso possuindo características inversas da imagem perceptiva real.
4. IMAGEM FANTÁSTICA OU FABULATÓRIA: criação da livre atividade imaginativa.
5. IMAGEM ONÍRICA: ocorre nos sonhos (imagem mnêmica e fantástica).

 ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS DA ALUCINAÇÃO PERCEPTIVA
AGNOSIA: o indivíduo não consegue identificar as impressões sensoriais que recebe.
ANESTESIA: ausência de percepção.
HIPERESTESIA: estímulos captados de forma exagerada.
HIPOESTESIA: estímulos captados de forma diminuída.
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS
1. TROCA: mudança de uma sensação comum por outra, em geral desagradável. Cacosmia (odor fétido para perfumes agradáveis); parageusia (paladar fétido para alimentos saudáveis); acantesia (dor para alimentos banais).
2. SINESTESIA: troca da qualidade sensorial por outra. Ver sons ou ouvir cores.
3. DESREALIZAÇÃO: estranheza em relação ao mundo.
4. DESPERSONALIZAÇÃO: estranheza de si próprio.
5. FALSAS PERCEPÇÕES:
a. PAREIDOLIAS: percepções fantásticas em um objeto real (imagens de animais quando se olha para as nuvens, mas o observador sabe que o objeto observado é uma nuvem);
b. ILUSÕES: percepções deformadas do objeto real momentaneamente aceita pelo juízo de realidade.
c. ALUCINAÇÕES: aparecimento de uma imagem na consciência sem um objeto real (imagem alucinatória), com as características de uma imagem perceptiva real e por isso aceita pelo juízo de realidade:

- Alucinações Visuais: podem ser elementares (fagulhas, clarões), diferenciadas (figuras, visões), lilipudianas (diminuídas) e guliverianas (gigantes);
- Alucinações auditivas: são as mais comuns, podem ser elementares (zumbidos, estalidos) e diferenciadas (vozes, choros, gritos). Na patologia alucinatória as vozes se dirigem ao paciente (primeira pessoa) e na alucinose alcoólica falam dele (terceira pessoa).
- Alucinações olfativas e gustativas: são raras e quase sempre associadas, consistem em cheiros desagradáveis (gás, lixo, animais mortos).
- Alucinações táteis: formigamento, picadas, queimaduras, animais repugnantes, relacionadas ao uso de cocaína e anfetaminas.
- Alucinações cenestésicas: relacionadas a sensibilidade visceral. Por exemplo, o paciente diz que seu intestino está amolecendo e apodrecendo.
- Alucinações sinestésicas: fusão e troca de duas imagens de qualidades sensoriais diferentes. Por exemplo, ver a cor do som.
- Alucinações cinestésicas: relacionada aos movimentos.
- Alucinações hipnagógicas (ocorre ao adormecer) e hipnopômpicas (ao acordar). Não significam doença, pois podem ocorrer em indivíduos sem doenças psiquiátricas.
PSEUDO-ALUCINAÇÕES: não possui projeção no espaço e nem corporeidade. Surge como vozes internas ou imagens internas e podem ocorrer nas mesmas situações das alucinações tornando-as aceitaveis pela consciência. É comum a associação com fatores parapsicológicos ou religiosos.

Bom diante desse pequeno apanhado a respeito das disfunções Psiquicas ou Simbológicas, podemos facilmente ver que seja qual for o fator alucinatório, existem inumeras variantes para que eles aconteçam, sendo que de todas as descobertas é importante salientar que certas alucinações ou boa parte delas se referem a patologicas neuróticas, psicóticas ou ezquizofênicas mas não em sua totalidade. É bastante comum o aparecimento das Pseudo-alucinações que vem a tona por certas tensões reprimidas em momentos oportunos ou não de tristeza, alegria ou mesmo cansaço emocional.








O labirinto da saudade.

O título do Post refere-se ao mítico português (Don Quixote), porém o que realmente gostaria que ilustrasse hoje nosso blog, é um pequeno comentário da Casa do Saber (Moacyr Scliar e outros).

"Muito antes de existir a palavra "saudade", São Tomás de Aquino falou de um sentimento que é a dor que nasce do amor e que, como ele, causa prazer ao ser sentida. Considerada por muitos como propriedade única da língua portuguesa, a saudade situa-se entre a melancolia e a esperança... "





Esta breve e bela introdução faz nos abrir para alguns pensamentos.  O amor em sua forma mais concisa realmente causa um misto de dor e prazer. Mas nao estamos neste momento para falar dele e sim da falta dele. A saudade se situa entre a nebulosa região da perda do que já se foi e a ausência do que ainda nao é. 
Por inumeros e incontáveis motivos sentimos saudade.  As vezes nos pegamos saudosistas ou mesmo melancólicos sentindo saudade da própria saudade. Conduzir esta importante expressão da lingua portuguesa por caminhos que acreditamos serem os corretos nem sempre é facil. Por muita vezes o caminho é tão longo e tortuso que nem mesmo a saudade nos acompanha. Depois de um tempo, acredito monocráticamente eu, que esta cede seu espaço ou seja pende para o lado mais "magnético" usando ainda a analogia do pêndulo. Saudade é um sentimento importante, mas como na solidão deveriamos nos beneficar dela e não sermos consumidos por ela.
Em muitos casos, descobrimos pessoas movidas pela saudade, que na verdade nao é aquela saudade totalmente pura em seus propósitos (se é que podemos chama-la assim) Isto realmente tem outro nome: Melancolia (Prazer através da tristeza).
Nao é nada incomum a associação entre saudade, melancolia e a depressão, transformando-se em um labritinto entitulado quando na verdade as causas e consequencias são mais profundas. Para isso vejamos o seguinte:

Sintomas psíquicos da Depressão

Humor depressivo: sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimentos de culpa.
Os pacientes costumam aludir ao sentimento de que tudo lhes parece fútil, ou sem real importância. Acreditam que perderam, de forma irreversível, a capacidade de sentir alegria ou prazer na vida. Tudo lhes parece vazio e sem graça, o mundo é visto "sem cores", sem matizes de alegria. Em crianças e adolescentes, sobretudo, o humor pode ser irritável, ou "rabugento", ao invés de triste. Certos pacientes mostram-se antes "apáticos" do que tristes, referindo-se muitas vezes ao "sentimento da falta de sentimentos". Constatam, por exemplo, já não se emocionarem com a chegada dos netos, ou com o sofrimento de um ente querido, e assim por diante.
O deprimido, com freqüência, julga-se um peso para os familiares e amigos, muitas vezes invocando a morte para aliviar os que o assistem na doença.
São freqüentes e temíveis as idéias de suicídio. As motivações para o suicídio incluem distorções cognitivas (perceber quaisquer dificuldades como obstáculos definitivos e intransponíveis, tendência a superestimar as perdas sofridas) e ainda o intenso desejo de pôr fim a um estado emocional extremamente penoso e tido como interminável. Outros ainda buscam a morte como forma de expiar suas supostas culpas. Os pensamentos de suicídio variam desde o remoto desejo de estar simplesmente morto, até planos minuciosos de se matar (estabelecendo o modo, o momento e o lugar para o ato). Os pensamentos relativos à morte devem ser sistematicamente investigados, uma vez que essa conduta poderá prevenir atos suicidas, dando ensejo ao doente de se expressar a respeito.

Redução da capacidade de experimentar prazer na maior parte das atividades, antes consideradas como agradáveis. As pessoas deprimidas podem relatar que já não se interessam pelos seus passatempos prediletos. As atividades sociais são freqüentemente negligenciadas, e tudo lhes parece agora ter o peso de terríveis "obrigações".
Fadiga ou sensação de perda de energia. A pessoa pode relatar fadiga persistente, mesmo sem esforço físico, e as tarefas mais leves parecem exigir esforço substancial. Lentifica-se o tempo para a execução das tarefas.
Diminuição da capacidade de pensar, de se concentrar ou de tomar decisões. Decisões antes quase automáticas parecem agora custar esforços intransponíveis. Um paciente pode se demorar infindavelmente para terminar um simples relatório, pela incapacidade em escolher as palavras adequadas. O curso do pensamento pode estar notavelmente lentificado. Professores experientes queixam-se de não conseguir preparar as aulas mais rotineiras; programadores de computadores pedem para ser substituídos pela atual "incompetência"; crianças e adolescentes têm queda em seus rendimentos escolares, geralmente em função da fatigabilidade e déficit de atenção, além do desinteresse generalizado.

Sintomas fisiológicos
alterações do sono (mais freqüentemente insônia, podendo ocorrer também hipersonolência). A insônia é, mais tipicamente, intermediária (acordar no meio da noite, com dificuldades para voltar a conciliar o sono), ou terminal (acordar mais precocemente pela manhã). Pode também ocorrer insônia inicial. Com menor freqüência, mas não raramente, os indivíduos podem se queixar de sonolência excessiva, mesmo durante as horas do dia.
alterações do apetite (mais comumente perda do apetite, podendo ocorrer também aumento do apetite). Muitas vezes a pessoa precisa esforçar-se para comer, ou ser ajudada por terceiros a se alimentar. As crianças podem, pela inapetência, não ter o esperado ganho de peso no tempo correspondente. Algumas formas específicas de depressão são acompanhadas de aumento do apetite, que se mostra caracteristicamente aguçado por carboidratos e doces.
redução do interesse sexual
Evidências comportamentais
retraimento social
crises de choro
comportamentos suicidas
Retardo psicomotor e lentificação generalizada, ou agitação psicomotora. Freqüentemente os pacientes se referem à sensação de peso nos membros, ou ao "manto de chumbo" que parecem estar carregando. Em recente revisão da literatura sobre os estados depressivos, o item "retardo psicomotor" foi o denominador comum, em nove sistemas classificatórios, como traço definidor da melancolia. Na Austrália, Gordon Parker e colaboradores propuseram, para o diagnóstico da melancolia, um sistema baseado não em "sintomas" (subjetivos), mas em "sinais" (características objetivas, observáveis): o sistema "core", que tem sido cada vez mais utilizado pelos pesquisadores nessa área. Na França, Daniel Widlöcher e colaboradores, na Salpêtrière, desenvolveram uma escala especificamente destinada a medir o retardo psicomotor ("échelle de ralentissement dépressif" da Salpêtrière). Deve-se ainda lembrar, no diagnóstico das depressões, que algumas vezes o quadro mais típico pode ser mascarado por queixas proeminentes de dor crônica (cefaléia, dores vagas no tórax, abdome, ombros, região lombar, etc.). A ansiedade está freqüentemente associada. Em idosos, principalmente, as queixas de caráter hipocondríaco costumam ser muito comuns.

Características melancólicas

O termo "melancolia" tem sido empregado, nas atuais classificações (como o DSM IV), para designar o subtipo anteriormente chamado de "endógeno", "vital", "biológico", "somático" ou "endogenomorfo" de depressão. Considerado por muitos como o "protótipo" ou síndrome nuclear das depressões, a melancolia – ao contrário de outras formas de depressão – parece constituir-se em um grupo mais homogêneo, que responde melhor a tratamentos biológicos, e para o qual os fatores genéticos seriam os principais determinantes. Não que eu concorde mas cito como exemplo mesmo assim.

Felizmente este blog não é um cardápio a qual você escolhe aleatoriamente sua "possivel patologia" e a veste. Muito pelo contrário, é da informação que vem o conhecimento e do conhecimento que nos vem a informação. Diante disso saberemos,(excluidos todos estes processos básicos) que se algo estranho ainda persistir a tua consicência, você está entre a tristeza natural e a esperança saudável ou seja COM SAUDADE.

Placa Mãe.

O primeiro periodo do trabalho clínico de Freud que podemos identificar entre 1886 a 1900 caracterizou-se por adotar um modelo médico segundo o qual uma doença deveria ser diagnosticada para indicar a indicação terapêutica. Diante disso e por ser prática recorrente normalmente qualquer médico da época deveria adotar tal prática, porém Freud ao longo de sua caminhada psicanalítica, entendeu o invés de se utilizar um complexo arsenal farmacológico, o terapeuta deveria rumar não no sentido da arte de curar, mas sim a árdua tarefa de transformar o mundo mental do paciente e este terapeuta deveria ele ser o próprio remédio depois de adequadamente preparado no laboratório de sua análise pessoal. Faz-se necessário esta pequena introdução para podermos compreender basicamente algumas perguntas feitas na pré-história da psicanálise através dos sintomas histéricos ( Caso Anna O.)
Vejamos:




A) O que produz a exclusão de um conteúdo mental?

O que produz esta exclusão é a incapacidade desse determinado conteúdo de organiza-se com os demais conteúdos da consciência, por conta de sofrimento e conflito.





B) O que determina esta exclusão? 

O determinante dessa exclusão seria uma mecanismo psíquico de defesa do Ego chamado de "REPRESSÃO", ou seja a dissociação (Não associação) entre a representação da palavra e a representação da "coisa" (O que é falado e o que é realmente pensado) ou em palavras mais atuais a descompatibilização entre o estímulo e seu real significado.
 
C) O que mantém esta exclusão? 

Esta exclusão do conteúdo mental é mantida pela "RESISTÊNCIA" ou se quisermos utilizar os conhecimentos atuais de informática, um arquivo é "INCOMPATÍVEL" com  no "SISTEMA". Esta incompatibilidade pode "travar" (inibição) de tal sistema ou gerar, como no funcionamento  de um computador, anomalias na informação, o que, na linguagem psicanalítica chamariamos de sintomas histéricos.

D) Como poderemos recupar esta exclusão e porque isso leva a "cura"?

A forma de compatibilizar esta exclusão com o excluído se faz através do levantamento da  repressão, com a dissolução da resistência, ou, retornando a nossa linguagem de informática, ampliando a capacidade do "SISTEMA" em absorver o novo arquivo ou reorganizando esse arquivo para que seja aceito pelo sistema (nosso sistema) o que em termos psicanalíticos se faz através da interpretação. Depreende-se que a chamada "CURA PSICANALÍTICA"  resulta na absorção pelo "SISTEMA" de tal arquivos incompatíveis que geraram soluções anômalas. Desaparecidas as soluções anômalas, desaparecem os sintomas patológicos. É Claro que. para completar, essa reflexão é indispensável introduzir o conceito de inconsciente ou seja lugar aonde são processados os fenômenos excluídos e existentes fora da consciência. Com o trabalho de compatibilização  dessas experiências (memórias) excluídas e que, desta forma, deixavam de produzir os sintomas. É curioso mas análogo que os modernos computadores fazem também estes processos como "LIMPEZA DE DISCO" na tentativa de eliminar da "PLACA MÃE" erros de registro e arquivos inúteis e sendo assim revolver possíveis erros de processamento e depois disso o dito "computador" começa a funcionar (ser funcional) de maneira mais peculiar e normalizada.



O Sono do Sonhador.

“O sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente” Freud


Para Freud, a essência do sonho é a realização de um desejo infantil reprimido. E foi a partir desse princípio que ele elaborou as bases do método psicanalítico.
Antes de Freud, os sonhos eram considerados apenas símbolos, analisados como se fossem premonições ou manifestações divinas. Freud , por meio da análise dos sonhos, mostrou a existência do inconsciente e transformou algo tido pela ciência da época como o lixo do pensamento, no caso os sonhos, em um instrumento revelador da personalidade humana.
Os sonhos mostram uma clara preferência pelas impressões dos dias imediatamente anteriores. Têm à sua disposição as impressões mais primitivas da nossa infância e até fazem surgir detalhes desse período de nossa vida que, mais uma vez, parecem-nos triviais e que, em nosso estado de vigília, acreditamos terem caído no esquecimento há muito tempo.
Para que um sonho seja interpretado é necessário que não tentemos entendê-lo de uma só vez, na sua totalidade, pois devido a ser formado no inconsciente só existe afetos e fragmentos da realidade, logo muito confuso no primeiro momento. Devemos dividi-lo em partes de acordo com o contexto do paciente e vamos decifrando-o lentamente sem adotar um critério cartesiano, pois o mesmo fragmento de um conteúdo pode ocultar um sentido diferente quando ocorre em várias pessoas ou em situações diferentes.


O sonho é justamente o fenômeno da vida psíquica normal em que os processos inconscientes da mente são revelados de forma bastante clara e acessível ao estudo.


Na concepção freudiana, o sonho é um produto da atividade do Inconsciente e que tem sempre um sentido intencional, a saber: a realização ou a tentativa de realização - mais ou menos dissimulada, de uma tendência reprimida. Assim, os sonhos revelam a verdadeira natureza do homem, embora não toda a sua natureza, e constituem um meio de tornar o interior oculto da mente acessível a nosso conhecimento.
 A interepretação dos sonhos e o conhecimento dos comportamentos histéricos iniciam a psicanálise.
Na Teoria dos Campos, é claro, também se pensa o sonho. Despertos, nossos atos, idéias, sentimentos arranjam-se segundo as linhas de força que, ao dormir, emergirão como um episódio.  As personagens de tais enredos povoam também nossa realidade, esgueirando-se entre os objetos do dia a dia, encarnando-se num amigo, numa pessoa que nos desperta a paixão, em nós mesmos. Sonho após sonho se fazem presentes; até que um desses nos permita interpretar seu sentido e despertar do sonho em que estávamos imersos.
O sonho pode deixar-nos tocar a rosa que vemos — e, ainda assim, estaremos sonhando. Existe um critério para determinar se estamos sonhando ou acordados, e esse é o critério puramente empírico do fato de acordarmos. Tudo o que experimentamos entre adormecer e acordar é ilusório quando, ao despertar, verificamos que estamos deitados na cama. Durante o sono, tomamos as imagens ilusórias por imagens reais graças ao nosso hábito mental (que não pode ser adormecido) de supor a existência de um modo externo com o qual estabelecemos um contraste com o nosso ego.
Assim sendo, a interpretação dos sonhos desvela, sobretudo, os conteúdos mentais, pensamentos, dados e experiências que foram reprimidos ou recalcadas, excluídos da consciência pelas atividades de defesa do ego e superego e enviadas para o inconsciente. A parte do id cujo acesso à consciência foi impedido, é exatamente a que se encontra envolvida na origem das neuroses. Portanto, o interesse de Freud pelos sonhos teve origem no fato de constituírem eles processos normais, com os quais todos estão familiarizados, mas que exemplificam processos atuantes na formação dos sintomas neuróticos.
Não é absurdo pedir explicações e associações ao paciente que conta um sonho, quer dizer, tratar o sonho como episódio distinto e fenômeno isolável. Fazer isso pode ser oportuno, mas não nos esqueçamos que a forma pela qual o sonho foi narrado e o conjunto inteiro das idéias que o cercam, ainda e sobretudo se não lhe parecem conectadas, são associações também, potencialmente. Com o sonhador, o analista sonha empaticamente, deixando-se levar pela iluminação que o sonho propicia, sem pressa, esperando que a precipitação insemine-lhe as idéias, para poder operar no mesmo ritmo do campo ilusório.

O sonho é uma defesa do sono, a isso pode acrescentar-se que o sonho aberto, essa história visual que se vive de noite e se conta de dia, é a oportunidade para sair de um sonho, da surda corrente subterrânea dos temas de que o sonho trata, cuja lógica preside ocultamente a vigília, até que se possa manifestar num episódio constituído, ganhando consciência. Segundo Freud, não existe nenhum fundamento nos fatos de que os sonhos tem o poder de adivinhar o futuro e nos sonhos não existem sentimentos morais.
É importante salientar que, justamente por não ter nenhum caráter esotérico, o sonho somente pode ser desencadeado por um ou mais processos infantis reprimidos, tendo as passagens da vida cotidiana e as percepções sensoriais seu grau e valor, porém somente estes fatores isolados não tem o poder de disparar um sonhom ou seja uma percepção auditiva por exemplo se isolada apenas disperta o sujeito de seu sono e não o faz sonhar.
Justamente por esta ausência de censura sociológica do estado de vigília é que a ferramente do sonho para a psicanálise é tão eficaz.
Como existe uma forte tendência a se esquecer um sonho, por obra da resistência, e quase todos assim se perdem, a função do analista é também de recordação. Ele tem a função de manter o sonho à tona por um tempo mais longo do que espontaneamente se daria e por acompanhar seu movimento de disseminação e nova concentração, e não é uma tarefa fácil, pois em nós também operam resistências.
Rememorando podemos, monocraticamente, dizer que o sonho são nossos desejos infantis reprimidos e livres de certa resistência vinda do estado de vigília.

Autopunição e o sentimento de culpa.


Na verdade hoje resolvi escrever um pouco sobre a culpa e o sentimento de autopunição. Em resumo farei citações e trechos extraidos do Vocabulário Laplance & Pontalis.
Sem as devidas "traduções" ficaria um pouco mais complicado entender o que e porque se origina esse processo psíquico, então resolvi faze-las com estas colagens em um linguajar mais Cognitivo, pois a cognição é basicamente o que funda certos principios da PBI e neles tentarei responder algumas questões, recordando que a Psicanálise Clássica Freudiana é inquestionável e isso não virá ao caso neste momento, ao menos não nesse "Post".
Se rememorarmos, talvez não tenhamos dificuldade em lembrar de certas pessoas a qual conhecemos, que se "Batem", "Machucam", "Esbarram" sem causas aparentes e com frequência desproporcional. O que estamos tratando nao é o pensamento normal e sim a patologia ou seja a desproporcionalidade (é importante recordar disso sempre...)

"A verdade sai do erro" 
Essa frase do psiquiatra suíço Carl Jung (1875-1961) nos faz refletir sobre muitas coisas... Quase sempre chegamos na verdade ao errarmos.  Mas, quantos erros cometemos até chegarmos na verdade? Isso não importa, o que deve importar mesmo é a experiência adquirida e o crescimento obtido. Mas nem sempre temos essa consciência e, na maior parte do tempo, os erros cometidos são transformados em culpas. Alguns passam a vida errando e se culpando; outros sendo vítimas dos erros dos outros, e culpando-os; outros não fazem nada ou em tudo que fazem, são culpados; e outros, ainda para justificarem seus próprios erros....A Culpa é o sentimento de ser indigno, mau, ruim, carrega remorso e censura. A culpa é o resultado de muita raiva guardada que se volta contra nós mesmos. Poderíamos resumir assim:

Raiva + Mágoas reprimidas = Culpa = Autopunição

Esse sentimento que corrói nossa alma e que muitas vezes nos impede de sermos nós mesmos, tem muitas variáveis difíceis de se esgotar. Mas podemos refletir sobre alguns aspectos geradores de culpa.

Tenho um projeto interessante sobre o choque cultural nos descendentes de japoneses, que talvez nem saia da "projeção", mas quando da criação de sua estrutura, consegui basicamente listar algumas características de quem sente culpa desproporcional. Certamente é no campo das hipóteses e teorias que nos fundamos e é sempre bom ter isso em mente fresca, porém podemos listar estas características , como segue:

- Preocupação excessiva com a opinião dos outros;
- Sente-se mal quando recebe algo, pois na verdade não se considera digno de aceitar o que os outros dão;
- Fala repetidamente sobre o que motivou a sentir culpa;
- Raiva reprimida;
- Dificuldade em assumir responsabilidade pelos próprios atos;
- Sente-se rejeitado;
- Responsabiliza o outro pelo próprio sofrimento;
- Sente-se vítima em algumas ou muitas situações;
- Geralmente se pune ficando doente, ou sendo vítima frequente de acidentes, ou seja, autopunições constantes;
- Dificuldade em expressar os reais sentimentos;
- Não consegue falar 'não';
- Necessidade em agradar;
- Sempre fazendo algo pelos outros e raramente para si mesmo;
- Dificuldade em fazer algo só para si;
- Não consegue administrar o tempo, pois está sempre sobrecarregado;
- Baixa autoestima;
- Falta de amor-próprio.
Você pode se identificar com essas características ou ter outras, o importante é reconhecer que a culpa traz muitas consequências em nosso modo de ser e agir. Perceba como se sente, elevando assim seu autoconhecimento para mudar o que te faz sofrer.
A culpa pode ser gerada pela (o)
- Religião;
- Morte;
- Manipulação;
- Crítica;
- Regras;
- Acusações;
- Repressão;
- Rigidez;
- Inflexibilidade;
- Julgamento;
- Controle;
- Dependência;
- Superproteção;
- Raiva;
- Medo;
- Rejeição;
- Abandono;
- Abusos;
- Mentira;
- Prazer;
- Felicidade;
- Dinheiro;
- Sucesso;
- Expectativa;
- Comparações;
- Necessidade de agradar;
- Comodismo/ falta de atitude;
- Sentimentos de impotência;
- Preconceito
- Segredos, principalmente entre os familiares.

Eis acima colagem das causas do sentimento de culpa suprimidos de diversas fontes. Não se acanhe caso já os tenha lido, infelizmente são bastante comuns. A origem de sua culpa podem ser uma ou várias.
O primeiro passo é tentar ter a consciência exata da origem do seu sentimento de culpa. Explore um pouco mais sobre o que gerou em você a culpa se isso for possível a sua consciência. Não comenta excessos, se você não sabe exatamente seu limite, vá com calma. Comece perguntando-se: O que me faz sentir culpa? De não ter sido amado? Ter sido rejeitado, abandonado? Ter acreditado que receberia amor, quando na verdade recebia apenas o que acreditava ser amor? Ter sido vítima de maus tratos e abuso sexual ainda criança? Terem me ocultado a verdade, o que me obrigou a acreditar e conviver com a mentira? De não ter sido amado?

Faça uma lista de todas as culpas que você sente, por maior que possa ser a lista, tente faze-la assim mesmo. Isso o ajudará a compreender melhor seus sentimentos e conflitos gerados pela culpa. Analise as situações em que aconteceram os fatos e se você efetivamente tinha condições de agir diferente de como agiu. Depois continue sua auto análise. Onde, quando e por que começou cada uma delas? Quais são as situações que me sinto culpado pelo que fiz ou deixei de fazer? Quais eram meus valores em relação ao assunto quando agi daquela forma? Se fosse hoje minha atitude seria diferente? Como? Quem fazia ou faz com que eu me culpe? Busque a relação da culpa atual com seu histórico de vida. O objetivo desse exercício não é buscar mais culpados, mas explorar os motivos pelos quais ainda se culpa, se responsabilizando pelos seus atos, e mudar o que pode ainda ser mudado, libertando-se desse sentimento que aprisiona e impede o crescimento.
Consequências da culpa

- Autopunição;
- Medo;
- Sofrimento;
- Remorso;
- Estagnação;
- Doença - segundo alguns estudos, a culpa está presente em praticamente a maioria das pessoas portadoras de câncer;
- Tristeza/depressão;
- Submissão;
- Prisão emocional;
- Solidão;
- Dificuldade em impor limites, dizer não;
- Fuga através do álcool, drogas;
- Compulsão alimentar;
- Conflitos internos e nas relações ;
- Dificuldade em sentir prazer;
- Destruição da autoestima e amor-próprio.

As consequências da culpa são muitas, isso ocorre porque com a culpa está sempre presente a necessidade, ainda que inconsciente, de autopunição. É certo que a culpa pode ser um sinal de alerta sobre falta de limite e respeito pelo outro ou por si mesmo ou a indicação que é preciso mudar algum padrão de comportamento.

O mais indicado sempre é responsabilizar-se e não se culpar, pois a culpa faz com que permaneçamos no papel de vítima e esse traz apenas estagnação e repetição de padrão, não proporciona crescimento. Lembre-se responsabilize-se, não culpe-se. A responsabilidade faz com que acreditemos na capacidade de mudar. E todos nós temos essa capacidade, acredite.

Espero ter contribuido com a sugestão e organização de seus pensamentos. Obrigado pela visita.

Diferenças básicas entre Neuroses e Psicoses.

Neurose trata-se de uma reação exagerada do sistema nervoso em relação a uma experiência vivida. Neurose é uma maneira da pessoa SER e de reagir à vida.
O Enfermo tem plena consciência do seu problema e, muitas vezes, sente-se impotente para modificá-lo.
Diante de um compromisso social a pessoa neurótica reage com muita ansiedade, mais que a maioria das pessoas submetidas à mesma situação (desproporcional). Diante desse mesmo compromisso social a pessoa começa a ficar muito ansiosa uma senana antes (muito duradoura) ou, finalmente, a pessoa fica ansiosa só de imaginar que terá um compromisso social (sem causa aparente).
 Num determinado ambiente (ônibus, elevador, avião, em meio a multidão, etc) a pessoa neurótica começa a passar mal, achando que vai acontecer alguma coisa (desproporcional). Ou começa a passar mal só de saber que terá de enfrentar a tal situação (sem causa aparente).
Psicose - O sujeito que está patologicamente afetado, vive em um mundo à parte, no qual ele interage com seres e objetos irreais, ao mesmo tempo em que se ausenta cada vez mais da realidade concreta. Ele pode, assim, vivenciar alucinações, delírios, modificações em suas atitudes, a mente confusa, e nem mesmo percebe que está agindo de uma forma estranha. Assim, ele não consegue se relacionar normalmente com as outras pessoas, nem realizar seus mínimos encargos do dia-a-dia.
Quando o paciente está fora de um período de crise, ele tem condições de tomar conta de si mesmo, vivendo praticamente de uma forma normal, alimentando sonhos, expectativas, desejos e até se relacionando bem com os outros. Ao surtar, porém, ele parece se transportar para um universo fantasioso, no qual tudo é possível e as contradições convivem sem problema algum. Isto ocorre, geralmente, quando a pessoa está sob pressão, tensionada por fatores físicos ou relacionados ao funcionamento do sistema nervoso.