Placa Mãe.

O primeiro periodo do trabalho clínico de Freud que podemos identificar entre 1886 a 1900 caracterizou-se por adotar um modelo médico segundo o qual uma doença deveria ser diagnosticada para indicar a indicação terapêutica. Diante disso e por ser prática recorrente normalmente qualquer médico da época deveria adotar tal prática, porém Freud ao longo de sua caminhada psicanalítica, entendeu o invés de se utilizar um complexo arsenal farmacológico, o terapeuta deveria rumar não no sentido da arte de curar, mas sim a árdua tarefa de transformar o mundo mental do paciente e este terapeuta deveria ele ser o próprio remédio depois de adequadamente preparado no laboratório de sua análise pessoal. Faz-se necessário esta pequena introdução para podermos compreender basicamente algumas perguntas feitas na pré-história da psicanálise através dos sintomas histéricos ( Caso Anna O.)
Vejamos:




A) O que produz a exclusão de um conteúdo mental?

O que produz esta exclusão é a incapacidade desse determinado conteúdo de organiza-se com os demais conteúdos da consciência, por conta de sofrimento e conflito.





B) O que determina esta exclusão? 

O determinante dessa exclusão seria uma mecanismo psíquico de defesa do Ego chamado de "REPRESSÃO", ou seja a dissociação (Não associação) entre a representação da palavra e a representação da "coisa" (O que é falado e o que é realmente pensado) ou em palavras mais atuais a descompatibilização entre o estímulo e seu real significado.
 
C) O que mantém esta exclusão? 

Esta exclusão do conteúdo mental é mantida pela "RESISTÊNCIA" ou se quisermos utilizar os conhecimentos atuais de informática, um arquivo é "INCOMPATÍVEL" com  no "SISTEMA". Esta incompatibilidade pode "travar" (inibição) de tal sistema ou gerar, como no funcionamento  de um computador, anomalias na informação, o que, na linguagem psicanalítica chamariamos de sintomas histéricos.

D) Como poderemos recupar esta exclusão e porque isso leva a "cura"?

A forma de compatibilizar esta exclusão com o excluído se faz através do levantamento da  repressão, com a dissolução da resistência, ou, retornando a nossa linguagem de informática, ampliando a capacidade do "SISTEMA" em absorver o novo arquivo ou reorganizando esse arquivo para que seja aceito pelo sistema (nosso sistema) o que em termos psicanalíticos se faz através da interpretação. Depreende-se que a chamada "CURA PSICANALÍTICA"  resulta na absorção pelo "SISTEMA" de tal arquivos incompatíveis que geraram soluções anômalas. Desaparecidas as soluções anômalas, desaparecem os sintomas patológicos. É Claro que. para completar, essa reflexão é indispensável introduzir o conceito de inconsciente ou seja lugar aonde são processados os fenômenos excluídos e existentes fora da consciência. Com o trabalho de compatibilização  dessas experiências (memórias) excluídas e que, desta forma, deixavam de produzir os sintomas. É curioso mas análogo que os modernos computadores fazem também estes processos como "LIMPEZA DE DISCO" na tentativa de eliminar da "PLACA MÃE" erros de registro e arquivos inúteis e sendo assim revolver possíveis erros de processamento e depois disso o dito "computador" começa a funcionar (ser funcional) de maneira mais peculiar e normalizada.