I Encontro Brasileiro de Estudos sobre a obra de Freud.

Nos dias 26 e 27 de Novembro aconteceu em Porto Alegre o I Congresso de Estudos sobre a Obra de Sigmund Freud. Participando dele, começo a relatar de uma forma resumida e muito informal o que lá aconteceu.
Como em outros Congressos, Simpósios e Palestras que tratam desta ciência, o ambiente formal, médico e quase litúrgico se manteve. É interessante depois de alguns eventos, que basicamente, este ambiente é o que reflete para a socidade os meandros de nossa profissão, coisa que nem sempre é verdade, porém mais a frente entenderemos um pouco mais sobre isso. No credenciamente, fui recebido com enorne organização pelos membros da  Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre, entidade séria filiada a IPA (International Psychoanalysis Association). Antes de adentrar os salões do Plaza São Rafael, percebi a movimentação de certas pessoas já com idade cronológica avançada mas de pensamentos afiados, como me disse um grande amigo.
Hoje é fato que a Internet é uma as ferramentas mais importantes na integração das pessoas e para tal, antes do começo dos trabalhos, pude assistir o final de um Simpósio sobre Psicanalise na Infancia e Adolescencia com o Psicanalista Uruguaio Victor Guerra via videoconferência. Foi muitissimo interessante ver profissionais de mais de 40 anos de Clinica debatendo, aprendendo e ensinando através desta importante ferramenta. 
Dr. Victor falava da importância dos sonhos nos bebês e que quando estes dormem não os pais são guardiões de seu sono, mas sim quando adormece uma criança em paz, se transforma ela na guardiã dos sonhos dos pais.
Já no final do Simpósio, uma colega relembrou que o Dr Victor estava se comunicando com todos, no quarto de um dos filhos. Que ironia não? Foi realmente uma experiência breve e muito gratificante, mesmo não participando ativamente de todo evento anterior.
Depois de alguns cumprimentos, abriu-se os trabalhos através da Pessoa do Dr. Gley Costa que muito gentilmente recebeu a todos com alegria e tenho certeza a recíproca tornou-se verdadeira, pois minhas suspeitas (e sim sou apto a faze-las) estavam corretas. Teriamos um evento clínico, voltado a prática e ao melhoramento, pois em suma esta é a nossa função enquanto profissionais.
O conferencista não poderia ser melhor escolhido (a cargo do Dr. Petrucci), tratava-se de:
ABRAM EKSTERMAN, Médico Psiquatra, Diretor do Nucleo de Medicina Psicossomática da Santa Casa de Misericórdia  e membro da Sociedade Brasileira de Psicanalise do RJ. 
Dr. Ekstreman (discípulo do Dr. Danilo Perestrello) fez jus ao seu mestre, nos brindando com o "Estudo Crítico da Obra de Freud". O ensaio, eu já havia o recebido para ler, coisa que fiz duas vezes, dado o "sabor doce-apimentado" do texto, levando-nos sempre pelo caminho da benécie do paciente, das técnicas de evitamento de sofrimento, da minimalização das angústias etc..
É importante saber que informação não é conhecimento e o que se passou, foi exatamente a transmissão pura de conhecimento. O conteúdo teórico estava lá, mas como uma bela roupa: moderna e usual. A teoria não veio desta vez com aquele casaco "surrado" e sim estava perfeitamente alinhada e pronta para qualquer debate. Ontem, recebemos todos, um presente (que para muitos) foi parecido com o presente usual de nossas avós (existe, mas davamos pouca importância) mas para mim algo único de ser vivenciado. 
Apesar da leitura em quase totalidade de seu Estudo ter comprometido seu tempo de Chistes, eles vieram nos momentos certos e precisos, coisa que um Psicanalista precisa sempre ter, sob a minha humilde ótica.
Este texto, de forma alguma, trata-se de uma narrativa e sim de uma crítica. Critica esta dirigida a mim mesmo, por ter passado estes anos sem me aprofundar na metodologia deste provocante conferencista.
Este tópico, se encerra com o resumo do que ele se propõe, que é transmitir a idéia de que Freud sempre será uma novidade perene, quando seus seguidores (assim como eu) pensaren que nada sabem, pois um bom Psicanalista, (quando faz Psicanálise) torna-se independente da "escola" a qual pertence. 
Um desejável terapeuta, não pratica a teoria; pratica a prática clinica. Essa Psicanálise, quando exercida com cuidado e conhecimento, sempre será Psicanálise ou seja aquela que Freud nos legou e que tentamos, em favor dos que sofrem, desenvolve-la e aperfeiçoá-la. Com esta mentalidade seguiremos em frente....