Desumanização


Uma foto rodou o mundo na semana passada. Uma pessoa foi empurrada nos trilhos do metrô de Nova York. A estação da Times Square tinha, segundo relatos, algumas dezenas de pessoas e dentre elas um fotógrafo.  O homem tentava sair dos trilhos, escapar da morte. As pessoas em volta nada fizeram, exceto o tal fotógrafo.
Ele não tentou ajudar o homem. Ele sacou sua câmera e clicou algumas vezes o homem nos trilhos, o trem se aproximando.  Tudo, entre a queda e a morte, não teria levado mais que alguns segundos. Há divergências quantos.
Na estação, os voyeurs não moveram um músculo.  Assistiram pacientemente a morte de uma pessoa. Na estação, um fotógrafo freelancer eternizou o momento, para outros voyeurs na foto que foi estampada no New York Post com a manchete:
ESTE HOMEM ESTÁ PRESTES A MORRER.
 Há alguma diferença entre as atitudes da plataforma. Alguns se contentaram em contemplar os últimos instantes de um "condenado à morte", como, aliás, é morbidamente comum nos corredores da morte nas penitenciárias dos Estados Unidos.
O fotógrafo reagiu. Se mexeu. Mas fez o mesmo que os outros anônimos, deixou o trem passar em cima de uma pessoa. Reagiu em nome do trabalho, afinal ele é fotógrafo, faz disso sua vida. Apesar de chocante, nada espanta. Antes de tudo, antes de si mesmo, antes de qualquer coisa, aquele rapaz é fotografo. E é aquilo que ele pode ser.
Não é de hoje, nem sequer de ontem. Há muito nos definimos, nos enxergamos no mundo, a partir do ponto de vista específico: o do trabalho. Eu sou aquilo que eu faço pra viver.
Umar Abbasi, o fotógrafo, apertou várias vezes o botão da câmera buscando a melhor foto, enquanto Ki-Suck Han vivia seus últimos segundos. Afinal, antes de qualquer outra categoria, qualquer humanidade, Abbasi é fotógrafo. Viu, naquela cena, a grande oportunidade de bem realizar seu trabalho. E o fez.

Déficit de Atenção em Adultos


Raramente diagnosticado até recentemente em adultos, estima-se que 30 a 60% dos casos persista na idade adulta.
 




O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma das condições neurológica e de desenvolvimento mais estudadas. Em termos gerais, desatenção, impulsividade e hiperatividade são os sintomas de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, o qual, acreditava-se anteriormente, acometia apenas as crianças. Hoje já se reconhece que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma condição crônica, que persiste na vida adulta.
Entre a infância, adolescência e fase adulta há uma mudança no quadro clínico e nos sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e, embora a hiperatividade e a impulsividade diminuam com o passar dos anos, as dificuldades de atenção persistem ao longo do tempo.
É comum as crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade terem também um dos pais com esse problema. Isso ocorre porque, infelizmente, como tantas outras características, também essa é uma condição genética em cerca de 80% dos casos.
Desde a primeira descrição desse distúrbio de atenção, no início do Século XX, essa condição clínica recebeu diversas denominações ao longo do tempo. Já foi chamada de Lesão Cerebral Mínima, Disfunção Cerebral Mínima, Síndrome da Criança Hiperativa, Distúrbio Primário da Atenção, e Distúrbio do Déficit de Atenção com ou sem hiperatividade.
 


Desde o início de sua observação até hoje, os estudos sobre o Distúrbio de Déficit de Atenção se referem às crianças em sua expressiva maioria. Os critérios diagnósticos para Distúrbio de Déficit de Atenção, de acordo com o DSM-IV, referem características mais comumente observáveis em crianças e por essa razão os adultos com o diagnóstico de Distúrbio de Déficit de Atenção acabam não preenchendo tais critérios.
 

Em 1980 o DSM-III (classificação norte-americana de transtornos mentais que antecedeu o DSM-IV) passou a utilizar a denominação Distúrbio de Déficit de Atenção e, com essa mudança, o transtorno não foi mais obrigatoriamente associado à hiperatividade, mas sim, às dificuldades de atenção. Hoje, parece mais consensual que nas meninas o tipo clínico mais comum é sem hiperatividade, chamado Transtorno de Déficit de Atenção Predominantemente Desatento e nos homens, mais freqüentemente os quadros com Transtorno de Déficit de Atenção Predominantemente Hiperativo.
Durante muitos anos acreditou-se também que os sintomas de TDAH geralmente desaparecessem espontaneamente no final da adolescência. De fato, existe uma tendência da hiperatividade declinar com o passar dos anos, mas os sintomas de desatenção tendem a persistir. Na verdade também a hiperatividade nem sempre a desaparece, ela apenas evolui de acordo com a idade, havendo uma “domesticação” do comportamento hiperativo. O comportamento hiperativo é substituído por atitudes de estar sempre andando de um lado para outro, de fazer tudo como se estivesse com muita pressa, de não conseguir deixar as mãos paradas e assim por diante.
Hoje em dia alguns autores acreditam que o TDAH persiste em aproximadamente 50 a 70% dos casos na idade adulta, embora o quadro clínico sofra algumas modificações com o passar do tempo (Wender, 1995).
Apesar do TDAH acometer entre 3 e 5 % das crianças, sendo considerada uma das patologias psiquiátricas mais freqüentes nesse grupo etário, pouco se sabe de sua real prevalência em adultos. Embora esse transtorno tenha sido raramente diagnosticado até recentemente em adultos, estima-se que 30 a 60% dos casos tenha seus sintomas persistidos na idade adulta, sendo sua prevalência estimada em 1 a 2%.
 

Quadro Clínico
O Adolescente com TDAH
As diferenças do adolescente com TDAH decorrem do próprio amadurecimento do Sistema Nervoso Central, da faixa etária e da fase da vida mas, em geral, o adolescente com TDAH têm dificuldade de ficar concentrado nas aulas, em leituras, principalmente se não tiver nenhum interesse pelos temas das aulas.
Esse critério, entretanto, deve ser cuidadosamente considerado. Há uma tendência natural em se atribuir a alguma "doença" nossas falhas, como se fosse um deslocamento da responsabilidade sobre o desejável empenho que um estudante deve ter. Pensar na possibilidade de alguma "doença" que compromete a "boa vontade" alivia muito o sentimento do dever.

Outra característica é a grande dificuldade em completar tarefas. Alguns desses adolescentes iniciam várias atividades, mas persistem em poucas. Habitualmente eles são desorganizados, esquecem compromissos, trabalhos, vivem sempre à procura das coisas que não sabe onde deixou, não se lembram onde deixaram seus óculos, chaves, etc.
Esse critério deve ser considerado também com cautela, pois, devido à sabida tendência de buscar em alguma "doença" justificativas para nossas falhas, a falta de perseverança e determinação, a negligência no empenho para resolver compromissos e deveres costumam ter um peso bastante atenuado se atribuirmos um desempenho claudicante ao TDAH.

No TDAH franco e verdadeiro é muito marcante a tendência dos pacientes em fazer várias coisas ao mesmo tempo, muito embora dificilmente consigam completar alguma dessas coisas. Essas pessoas são impacientes e inquietas, em constante busca de novidades e emoções. A ousadia, portanto, pode estar presente na forma da condução perigosa de veículos, na busca por esportes radicais e outros desafios.
 Destemido

Além disso, podem fazer uso abusivo de álcool ou drogas. Em geral os adolescentes com TDAH procuram as drogas porque se sentem passageiramente melhor sob o efeito delas, embora sejam inadequadas como tratamento. Normalmente existe o mesmo distúrbio entre familiares do paciente com TDAH, uma vez que esse problema tem um forte componente genético.
O quadro sintomático do TDAH pode ser dividido em 3 áreas: a atenção, o controle dos impulsos e a atividade motora. O sintoma mais exuberante, notadamente nas crianças, é o comportamental, ou seja, o descontrole impulsivo e a hiperatividade, mas o déficit da atenção costuma ser a manifestação mais duradoura e mais relacionada aos prejuízos sócio-ocupacionais. Como vivemos num mundo onde a produção é o passaporte para a vida em sociedade, os prejuízos sócio-ocupacionais acabam sempre sendo determinantes na busca de ajuda médica.
 

O Adulto com TDAH
O adulto com TDAH se caracteriza por um comportamento desatento, desconcentrado e facilmente distraído. Normalmente ele é pouco persistente no que faz, tendo dificuldade em completar suas tarefas, a ponto de alguns deles nunca terem conseguido ler um livro até o final.
Com um estilo de vida bastante desorganizado, normalmente esses pacientes esquecem de pagar contas em dia, são confusos e caóticos no trabalho, esquecem compromissos, não conseguem estabelecer prioridades. Isso tudo acaba ajudando esses pacientes a se atrasarem com muita freqüência aos compromissos.
 

Em geral eles são impacientes, tomam decisões precipitadas e, muitas vezes, se arrependem daquilo que fazem impulsivamente, são também inquietos, têm dificuldade em ficar quietos e quase sempre estão procurando coisas para fazer. São extrovertidos e falantes, monopolizam as conversas e a atenção dos demais, mas, por outro lado, costumam ser péssimos ouvintes.
Tal como os adolescentes, esses adultos são também impulsivos para dirigir. No trabalho têm um rendimento abaixo do que seriam capazes, mudam freqüentemente de emprego, de relacionamentos e/ou de residência. São muito emotivos, têm freqüentes oscilações do humor e se irritam com facilidade.
 

AtençãoPara entendermos as alterações do TDAH na área da atenção temos de rever a questão da vigilância e da tenacidade. A tenacidade é a propriedade de manter a Atenção orientada de modo permanente em determinado sentido. 

 Vigilância
A vigilância é a possibilidade de desviar a atenção para um novo objeto, especialmente para um estímulo do meio exterior. Essas duas qualidades da atenção se comportam, geralmente, de maneira antagônica, ou seja, quanto mais tenacidade sobre um determinado objeto está se dedicando, menos vigilante estamos em relação à eventuais estímulos a serem apreendidos. 
No TDAH predomina sempre uma atitude de vigilância, sendo muito difícil manterem a tenacidade, dái a dificuldade de concentração. Na pessoa normal esses dois estados da atenção convivem harmoniosamente, usando a tenacidade para estudar, resolver cálculos por exemplo, e a vigilância para dirigir, caminhar pelas ruas, etc.

As alterações da Atenção no TDAH aparecem na forma dos sinais abaixo listados, os quais podem estar presentes também em pessoas normais, porém, atenuadamente:


 Alterações da Atenção no TDAH 
- A pessoa comete erros por puro descuido, não presta muita atenção nos detalhes, negligencia nos deveres escolares, no trabalho, ou em outras atividades;
- Mostra dificuldade em atividades que exijam uma atenção prolongada, tal como nas tarefas ou nos jogos;
- Mostra dificuldade em manter a atenção com a fala das outras pessoas, parece não escutar o que lhe falam;
- A pessoa é pouco persistente, não completa tarefa, não obedece às instruções passo a passo e não completa deveres, ou tarefas no trabalho, por impaciência ou falta de persistência;
- Apresenta um estilo de vida desorganizado, tem dificuldade em ser organizado em trabalhos ou outras atividades, em controlar o talão de cheques, contas, etc;
- Costumeiramente perde objetos ou pertences, como chaves, canetas, óculos, etc;
- Qualquer estímulo desvia sua atenção do que está fazendo, evita e se mostra relutante a envolver-se em tarefas que exigem um esforço mental prolongado, tais como deveres escolares ou trabalhos de casa;
- Muda freqüentemente de uma atividade para outra, quase sempre sem completar a anterior;
- Vive freqüentemente atrasada;
- Sofre a ocorrência de "brancos" durante uma leitura, conversa ou conferência.

HiperatividadeQuanto à hiperatividade, esta se manifesta como uma espécie de reatividade psicomotora exagerada aos estímulos, uma desinibição da resposta motora, ou uma deficiência no controle da psicomotricidade. Nos adultos a hiperatividade pode ser bem menos marcante que nas crianças. Na adolescência, a hiperatividade diminui, enquanto que o déficit de atenção, a impulsividade e a desorganização permanecem como os sintomas predominantes.
Os sinais da hiperatividade observados em adultos e em grau capaz de comprometer a adaptação e o desenvolvimento costumam ser os seguintes:


 Sinais da Hiperatividade Observados em Adultos
- Apresenta uma sensação subjetiva constante de inquietação ou ansiedade, com dificuldade em brincar ou praticar qualquer atividade de lazer sossegadamente;
- Busca freqüentemente situações estimulantes, muitas vezes que implicam risco, podendo correr ou subir em locais inadequados.
- Costuma fazer diversas coisas ao mesmo tempo, como, por exemplo, ler vários livros;
- Está sempre mexendo com os pés ou as mãos ou se revira na cadeira;
- Fala quase sem parar, e tem tendência a monopolizar as conversas;
- Mostra necessidade de estar sempre ocupado com alguma coisa, com freqüência está preocupado com algum problema seu ou de outra pessoa, freqüentemente está muito ocupado ou freqüentemente age como se estivesse "elétrico";
-Não permanece sentado por muito tempo, levanta-se da cadeira na sala de aula ou em outras situações nas quais o esperado é que ficasse sentado.

ImpulsosEm relação ao controle dos impulsos, o que parece acontecer é uma dificuldade na manutenção da inibição social e comportamental normais, uma alteração neurobiológica do autocontrole.

As características do déficit de controle dos impulsos em adultos com TDAH se apresentam da seguinte forma:

 Caracterísiticas comportamentais do TDAH em Adultos
- A pessoa responde antes de ouvir a pergunta toda;
- Age por impulso em relação a compras, decisões em assuntos importantes, em rompimento de relacionamentos, e por vezes se arrepende logo depois;
- Apresenta reações em curto-circuito, com rápidas e passageiras explosões de raiva, tipo "pavio curto";
- Dirige perigosamente;
- É de uma espontaneidade excessiva, chegando às raias da falta de tato e de cerimônia.
- É hiper-sensível à provocação, crítica ou rejeição;
- É impaciente e tem grande dificuldade de esperar;
- Mostra baixa tolerância à frustração;
- Não consegue se conter, reagindo mesmo quando a situação não o atinge diretamente ou quando sua reação pode prejudicá-lo;
- Sofre oscilações bruscas e repentinas do humor, quase sempre de curta duração;
- Tem tendência a explosões histéricas;
- Tem um mau humor fácil.
 

Com essas características comportamentais justifica-se o estresse das famílias desses pacientes, principalmente levando-se em conta o prejuízo nas atividades escolares, ocupacionais, vocacionais e sociais. Isso sem contar, considerando o próprio paciente, os efeitos negativos em sua auto-estima, normalmente muito rebaixada.

As conseqüências existenciais da pessoa com TDAH, principalmente em adultos, seriam:


 Conseqüências Existenciais do TDAH em Adultos
- Adiamento crônico de qualquer tarefa ou compromisso, ou seja, dificuldade de dar a partida;
- Alcoolismo e abuso de drogas;
- Baixa auto-estima e um sentimento crônico de incapacidade e pessimismo;
- Demora tempo excessivo na execução de algum trabalho, devido em parte ao sentimento de insuficiência.
- Difícil sociabilidade, dificuldade em manter os relacionamentos duradouros;
- Tendência a culpar as outras pessoas;

Além disso, são muitos os estudos que mostram um risco aumentado de desenvolverem outros transtornos psiquiátricos na infância nas crianças com essa síndrome, juntamente com a comorbidade (concomitância) de outros transtornos também nos adolescentes e nos adultos. Entre essas eventuais alterações psíquicas as mais temerárias seriam o comportamento anti-social, abuso ou dependência de álcool e drogas, transtornos sérios do humor e de ansiedade.
Outros traços podem fazer parte da personalidade do portador de TDAH. Entre esses traços estaria presente a tendência à caligrafia ruim, dificuldades de coordenação motora, dificuldades no adormecer e de despertar, sendo pessoas que adormecem e despertam tarde, maior sensibilidade a ruídos e ao tato, síndrome pré-menstrual mais acentuada, dificuldade de orientação espacial e na leitura de mapas, deficiência na avaliação do tempo.
DiagnósticoO diagnóstico do TDAH, como sempre deveria ser em medicina, repousa em dois grandes aspectos: o quadro clínico, com a observação de sintomas na idade adulta, juntamente com a história de eventuais sintomas apresentados na infância. Portanto, o diagnóstico é fundamentalmente clínico. Para o diagnóstico de TDAH em adultos alguns autores têm sugerido o seguinte:

 Diagnóstico de TDAH em Adultos
História infantil compatível com o transtorno do adulto;
Ausência de transtorno de personalidade anti-social, esquizotípica ou borderline,
Ausência de transtornos do humor, esquizofrenia e transtornos esquizoafetivos;
Dois dos seguintes sintomas:

4.1 - déficit de atenção,
4.2 - hiperatividade,
4.3 - labilidade emocional,
4.4 - incapacidade de cumprir uma tarefa inteira,
4.5 - temperamento explosivo,
4.6 - impulsividade,
4.7 - intolerância ao estresse

Para o diagnóstico no adulto Brown (1995) propôs critérios baseados nos aspectos nucleares do transtorno, que seriam cognitivos e emocionais:

 Critérios de Brown para o diagnóstico de TDAH em Adultos
- Ativação e organização no trabalho: dificuldade em iniciar tarefas, organizar-se, estimular-se sozinho para rotinas diárias.
- Sustentação da atenção: dificuldades para manter a atenção nas tarefas, distração ou "sonhos acordados" excessivos durante o dia, em especial enquanto está ouvindo ou lendo por obrigação.
- Manutenção da energia e do esforço: dificuldades em manter um nível consistente de energia e esforço nas tarefas, sonolência diurna, cansaço mental.
- Labilidade do humor e hipersensibilidade à crítica: irritabilidade variável e não desencadeada por fatores externos, aparente falta de motivação, rancor exagerado.
- Dificuldades de memória: dificuldades na recuperação de material recente (nomes, datas, fatos) e remoto.
 

Devido (também) a esses problemas, os portadores de TDAH têm baixa auto-estima, sentem-se desmoralizados, fracassados e superados pelos seus pares. A comorbidade com esse transtorno ocorre com dificuldade no aprendizado, depressão, irritabilidade e abuso de substâncias.
De qualquer forma, existe um consenso de que o diagnóstico de TDAH deva ser clínico, ou seja, fundamentalmente baseado na observação dos sinais e sintomas e na importância da história clínica. Em relação à essa última, devem ser entrevistados membros da família, ou pessoas que convivam de perto do paciente (professores, chefes no serviço...), tendo em vista o fato comum da falta de insight desses pacientes.

A performance escolar desses pacientes deve ser sempre investigada com atenção, tendo-se em mente que, embora possa haver baixo rendimento escolar, não é raro que essas pessoas sejam bem dotadas intelectualmente. Também devemos levar em consideração que, como em qualquer outro transtorno médico, existe a possibilidade de uma gama variável de intensidade do quadro clínico, de casos bastante leves ou discretos, até os mais graves e com profundo comprometimento funcional.

O diagnóstico atual de TDAH pelo DSM-IV enfatiza a possibilidade de haver uma  (a) - forma predominantemente desatenta, (b) - uma forma predominantemente hiperativa e (c) - uma forma mista, reconhecendo que os sintomas estão presentes antes dos sete anos de idade. Mas há ainda a possibilidade do diagnóstico de TDAH  "em remissão parcial" para adolescentes e adultos que não preenchem os critérios plenos, devido a uma atenuação da sintomatologia. Os sintomas encontrados nos adultos são, geralmente, bem menos floridos que em crianças.
 

Comorbidade
Num trabalho de Millstein, Wilens, Biederman e Spencer em 1998, foram examinados 149 adultos com TDAH. Em 97% deles foram assinaladas de uma a quatro condições psiquiátricas comórbidas (concomitantes). Esses dados são extremamente importantes, na medida em que permitem deduzir que o tratamento exclusivo da outra condição psiquiátrica comórbida sem o adequado tratamento para o TDAH resultará em resultados insatisfatórios.
Com freqüência se associam ao TDAH os seguintes transtonos emocionais:

a - Distúrbios depressivos, geralmente a distimia ou quadros depressivos intermitentes
b - Distúrbios ansiosos, comumente o distúrbio da ansiedade generalizada, o distúrbio do pânico, quadros
fóbicos, obsessivos e o distúrbio de Tourette.
c - Alcoolismo e abuso de drogas.
d - Distúrbios anti-sociais.
e - Distúrbios delirantes.
Etiologia
Importante para o diagnóstico lembrar que o TDAH é uma condição que acompanha a pessoa desde sempre, é constitucional e inerente à biologia da pessoa, portanto, ninguém adquire TDAH. A pessoa É portadora de TDAH, ela não ESTÁ com TDAH .

A maioria dos trabalhos recentes sobre TDAH encontra evidências de que se trata de um distúrbio neurobiológico. Alguns apontam para um eventual déficit de neurotransmissores, e outros dão ênfase ao déficit funcional do lobo frontal, mais precisamente do córtex pré-frontal.

Entre os neurotransmissores envolvidos no TDAH a dopamina (DA) e a noradrenalina (NA) teriam papel de destaque. Não parece haver participação da serotonina no Distúrbio de TDAH .

A favor dessa hipótese está o fato dos medicamentos que aumentam as quantidades de DA e NA no cérebro serem capazes atenuar os sintomas do TDAH, enquanto os antidepressivos que aumentam a serotonina (como a fluoxetina) não parecem ter bom efeito sobre esses sintomas.

Quanto ao eventual comprometimento do lobo frontal e de estruturas subcorticais (núcleo caudado e putamen) com ele relacionadas no TDAH, as técnicas especiais de neuro-imagem têm revelado alguns resultados promissores. Acredita-se que os lobos frontais tenham uma função executiva, importantes para a capacidade de iniciar, manter, inibir e desviar a atenção.

Portanto, seria tarefa dos lobos frontais o gerenciamento das informações recebidas, a integração da experiência atual com a experiência passada, o monitoramento do comportamento presente, a inibição das respostas inadequadas, e a organização e planejar de metas futuras. Podemos compreender dessa forma muitas das manifestações de TDAH como resultado de uma deficiência funcional do lobo frontal.

Evidenciou-se ainda, uma simetria anormal do córtex pré-frontal de pacientes com TDAH. Normalmente o córtex pré-frontal direito é ligeiramente maior que o esquerdo mas, nesses pacientes, haveria uma redução do córtex pré-frontal direito (Barkley, 1997).

Estudos diversos com gêmeos e com crianças adotadas sugerem fortemente que o TDAH é um distúrbio genético ou, no mínimo, constitucional. Tem sido extremamente comum vermos pacientes com TDAH e histórias familiares com ocorrência do mesmo distúrbio em pais ou irmãos. Recentemente acredita-se que o uso de álcool, fumo e drogas durante a gestação sejam fatores peri-natais importantes para o desenvolvimento de TDAH.
Curso
A maioria dos pais observa pela primeira vez o excesso de atividade motora quando as crianças ainda estão engatinhando, freqüentemente coincidindo com o desenvolvimento da locomoção independente, mas o transtorno é mais comumente diagnosticado pela primeira vez durante as primeiras séries escolares, quando o ajustamento à escola está comprometido.

Um traço marcante do TDAH em adultos é sua evolução cambiante e inconstante, ou seja, ao longo dos anos o quadro clínico muda sua aparência, embora em segundo plano persistam sempre os sinais da tríade mencionada (desatenção, hiperatividade e impulsividade). Na maioria dos casos observados nos contextos clínicos, o transtorno é relativamente estável durante o início da adolescência. Na maioria dos indivíduos, os sintomas atenuam-se durante o final da adolescência e idade adulta.

Assim sendo, tomando-se por base o TDAH em crianças, que é sua situação mais típica, com o passar do tempo costuma haver uma redução de 50% dos sintomas a cada 5 anos e, finalmente, apenas 8% das crianças se manterão sintomáticas (Hill e Schoener, 1996) na idade adulta. Mannuza (1998) encontrou dados semelhantes, constatando 4% para pacientes sintomáticos aos 25 anos de idade.

Outros adultos podem reter alguns dos sintomas, aplicando-se nestes casos um diagnóstico de TDAH em Remissão Parcial ou Residual, como preferem alguns autores. Weiss e Hechtman (1993) examinaram 25 pacientes aos 25 anos de idade e concluíram que 2/3 deles permanecia com um sintoma de TDAH, pelo menos. Esses achados sugerem fortemente que, embora possa ocorrer atenuação dos sintomas com o passar da idade, muitos adultos ainda permanecem sintomáticos.

O diagnóstico de TDAH em adulto aplica-se aos pacientes que não têm mais o transtorno com todos os seus aspectos clínicos característicos, mas que ainda retêm alguns sintomas suficientes para causarem prejuízo funcional.

Adultos portadores de TDAH costumam ter sérios problemas com o trabalho, performance escolar bastante prejudicada e dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Freqüentemente eles ficam entediados com as tarefas que exigem organização e planejamento.

Texto baseado predominantemente nos artigos:
- Hiperatividade Déficit de Atenção Adultos de Sérgio Bourbon Cabral

Associação Brasileira de Déficit de Atenção
- Transtornos de Déficit de Atenção em Adultos de Kátia Petribú, Alexandre Martins Valença, Irismar Reis de Oliveira

Dislexia Educação e o projeto de Lei 7081/2010



O projeto de Lei 7081/2010, cuja relatora é a Dep. Mara Gabrilli, dispõe sobre o diagnóstico e tratamento do TDAH e Dislexia em todo o território nacional.
O projeto visa corrigir uma lacuna no Brasil, já que aqui não há reconhecimento da dislexia e TDAH nas políticas educacionais. Esse fato dificulta muito que uma família consiga apoio na escola, e recursos didáticos adequados para melhorar a vida escolar de pessoas com dislexia e ou TDAH.

Pessoas com Dislexia têm o direito de serem reconhecidas, bem como serem atendidas nos sistemas de educação e saúde com cuidado prorio, de forma a garantir a maximização de suas potencialidades e sua qualidade de vida.

O projeto ainda propõe que os sistemas de ensino devem garantir aos professores da educação básica amplo acesso à informação, inclusive com relação aos encaminhamentos possíveis para formação continuada para capacitá-los para a identificação precoce dos sinais relacionados aos transtornos de aprendizagem ou do TDAH, bem como para o atendimento educacional escolar desses educandos.

Uma boa ideia não é tudo


Eu presenciei esta cena: em um bar da intelectualidade curitibana na década de 70, o jovem jornalista Karam, conhecido por escrever peças de teatro underground está sentado sozinho, curtindo seu chope e seu cigarrinho. De repente sua tranquilidade é interrompida por um rapaz que acabara de chegar e que lhe diz:

- Karam, bom te encontrar. Estou com uma peça ótima aqui na cabeça.

- Ah, é – responde o outro – e eu estou com duas aqui em baixo do braço.

A resposta esfriou o ânimo do intruso, e foi uma ótima lição para os jovens que frequentavam o local, todos aspirantes a escritores, dramaturgos, poetas – inclusive eu. Em síntese, o que ele quis dizer foi: “Não me venha com ideias, traga-me logo o que você fez com elas”.


Se você observar com cuidado, em casa, no trabalho, nos bares, o mundo todo está cheio de gente com milhões de ideias que nunca realizam, pessoas que nem se empenham em executar seus planos como se fosse suficiente apenas pensar. Afinal, agir dá trabalho, não é mesmo? E depois vem o desconsolo da falta de reconhecimento. Pois é, o mundo é cruel; aprecia as boas ideias, mas valoriza os resultados. Não bastam boas intenções, é necessário mostrar serviço.


O mais provável é que a maioria das ideias se cristalize na forma de intenção. E intenção sem ação vira enrolação. O mundo está cheio de boas intenções, mas não tem mais paciência com os enroladores. Os filósofos – que são especialistas em ter ideias – também se preocuparam com a questão do agir. Aristóteles, por exemplo, considerado um grande pensador, em várias ocasiões insistiu que é preciso pensar para agir, mas é necessário agir depois de pensar. A ação sem o pensamento é perigosa; o pensamento sem a ação é inócuo. “É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer” – disse ele, e acrescentou: “Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito”.


Essas observações, e tantas outras, constam do Ética a Nicômaco, o livro que o grego dedicou a seu filho e que escreveu depois de ter sido professor de Alexandre Magno, que, nessa época já estava em algum lugar entre os Balcãs e a Índia, criando seu império. Esse foi um que não se contentou apenas com ter ideias. Partiu para a execução com a ferocidade de um felino faminto.


Executar é o segredo. Levantar e partir para a ação, colocando em prática o plano que veio da ideia, mesmo que tal plano esteja repleto de imperfeições. É que o único jeito de corrigi-las é implementar, para então ver o que funciona ou não.


Este assunto é antigo. Percebendo que as pessoas tendem a não ter iniciativa e a ficar esperando que as coisas aconteçam por conta própria, o estatístico americano Walter Shewhart criou, lá na década de 1930, um pequeno diagrama para estimular as pessoas a partir para a ação. Ele deu ao diagrama o nome de Método da Melhoria, mas depois ficou conhecido como Método PDCA, e que ainda é muito utilizado por ser uma ferramenta de fácil compreensão e aplicação.


Trata-se de um círculo cortado por duas linhas em quatro quadrantes de igual tamanho. Em cada quadrante está uma das letras – P, D, C e A. O P está no quadrante superior direito, onde começa o processo – o círculo gira no sentido horário. A virtude deste método simples é que estimula você a agir de forma coordenada: ele recomenda que você planeje (Plan), implemente o plano (Do), verifique se o mesmo é bom (Check) e então o aprimore (Act).


Nas empresas este método é muito conhecido e aplicado. Os gerentes experientes, depois de tentar vários processos mais sofisticados de gestão, reconhecem que a simplicidade do PDCA é sua grande vantagem, pois é fácil de ser compreendido e bastante prático para ser executado. E não é só no mundo empresarial que ele pode ser aplicado, mas também em nossas vidas pessoais. Tudo o que fazemos tem os mesmos componentes: temos uma ideia, nos planejamos para executa-la e partimos para a ação. Se acertamos, ótimo, se erramos, corrigimos o rumo. Pelo menos é assim que deveria ser.


Muito tempo depois, já em nossos dias, um consultor RAM C., observou que o que falta no mundo não são ideias, e sim atitudes. Ele colocou suas observações em um livro seminal chamado Execução – a disciplina para atingir resultados, e todos concordam que ele acertou em cheio....

Neste livro há uma frase que é repetida quase como um mantra nas empresas: “O elo perdido entre a ideia e o resultado é a atitude”. No mundo corporativo a inovação é vantagem competitiva. Empresas que inovam em seus produtos, serviços e processos se modernizam e crescem. E todos sabem que a inovação depende da criatividade, que começa com a ideia. Entretanto – alertam os mais lúcidos – cuidado com o elo perdido.

Do abstrato para o concreto


Desde que o psicólogo Howard Gardner criou o conceito das Inteligências Múltiplas, não paramos mais de criar novos conceitos de inteligência. Antigamente, o inteligente era o que fazia contas de cabeça, ou o que tinha boa memória, e até o que tinha ideias criativas. Atualmente esse conceito foi relativizado e ampliado. Uma das definições que mais gosto diz: “Inteligência é a capacidade de converter fenômenos abstratos”. Beleza, mas… o que mesmo isso quer dizer?


Então vejamos. Primeiro é necessário entender o que é um fenômeno abstrato, e depois saber no que é que ele tem que se transformar. Mas é simples: abstrato é o que não é concreto. E concreto é tudo o tem matéria, ocupa lugar no espaço, pode ser medido e pesado, e pode ser percebido pelos órgão dos sentidos. O concreto eu posso ver, tocar, agarrar. O abstrato não, mas, cuidado… isso não significa que não exista.


É nisso que reside a maravilha deste conceito. Uma ideia é abstrata, e a inteligência vai se manifestar na capacidade de converter a ideia em algo real. Do abstrato para o concreto. Simples assim. Inteligência é, sim, a capacidade de utilizar as faculdades mentais para produzir benefício. Para ser considerado inteligente não é suficiente ser inteligente, é necessário usar a inteligência.


Falando em inteligência, o filme A rede social, de 2010, que recebeu oito indicações para o Oscar e conta a história da criação do Facebook, está cheio de personagens altamente inteligentes, e é ambientado no compus da Universidade de Harvard e depois no Vale do Silício, na Califórnia, onde a revolução da informática teve início. Importante ressaltar que o filme é inspirado em uma história real, e bem recente.


O roteiro explora as sessões de conciliação em que participavam Mark Zuckenberg, o hacker que criou o Facebook, os gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss e seus respectivos advogados. Em resumo, os irmãos acusavam Zuckenberg de ter se apropriado de uma ideia deles. A defesa, por seu lado, argumentava perguntando por que os pretensos donos da ideia do site de relacionamentos não a tinham, afinal, transformado em realidade.


O dilema ético está posto, e pode dar margem a muitas interpretações, mas, como resultado paralelo dessa história, fica a mensagem de que o mérito acaba pertencendo, sim, a quem executa.


Pode ser cruel, mas a História está cheia de exemplos dessa realidade. O próprio filme conta também a história de Sean Parker, que se tornou sócio do Facebook e o ajudou a decolar. Antes ele tinha sido o criador da ideia de que músicas poderiam ser baixadas pela internet, e criou o site Napster, que funcionava mas nunca virou um negócio. Tempos depois, Steve Jobs lançou o iTunes, que revolucionou a indústria fonográfica e que domina esse mercado até hoje. De quem é o mérito?


Talvez por ter aprendido a lição, Parker age diferente quando se junta a Mark, e consegue um investidor que dá fôlego ao grupo e viabiliza o negócio, enquanto o brasileiro Eduardo Savarin, companheiro de primeira hora de Mark, tentava, inutilmente, conseguir patrocínio. Quando este se revolta e alega que foi traído na Califórnia enquanto ralava em New York buscando anunciantes, Mark lhe pergunta: “E quantos conseguiu?”. Como ele não havia conseguido nenhum, teve que calar-se.


Uma longa jornada sempre começa com o primeiro passo, e o primeiro passo é a ideia. Pois é… Uma boa ideia sempre é o começo de tudo, mas é apenas isso: um começo. Para chegar em algum lugar, entretanto, é necessário dar os passos seguintes.


Texto adaptado da publicação Revista Vida Simples nº 117 01/04/2012. E. Mussak

O Cheiro dos livros



Quantos livros vc ja leu em toda a sua vida? 1,2,3...? 

Para quem tem desenvolta a habilidade de leitura, estes números podem facilmente ser convertidos em meses ou até mesmo semanas. 

Vamos tentar entao de outra forma: 

- Quantas peças de teatro ou filmes você já assistiu? 10,20,30...? 

Para quem é Cinéfilo, usaremos a mesma proporção..ou seja, estes numeros poderiam ser facilmente convertidos em meses ou até semanas, nao é?!
E agora, que tal fazermos o cruzamento de informações e tentarmos responder: 

- Quantos dos filmes ou peças que você assistiu ao longo de sua vida, eram baseados total ou parcialmente em livros? Hum...Seu número de livros "lidos" aumentou significativamente, nao foi? 

Bom...Já que voce"embarcou nesta viagem" e chegou até este ponto do caminho (e te agradeço por isso), vou te pedir para exercitar um pouco mais de sua criatividade e imaginar como seria se cada letra do alfabeto tivesse um cheiro? 

- Quantos livros você "leria"?.... Nenhum, 1 ou 2 por curiosidade...? 

Pois muito bem, fique tranquilo, você está dentro da média....da sua média.

Mas e que tem memória Olfativa por exemplo?? 
Você concorda que este número seria mais elevado? 

Este singelo exercício de raciocinio se presta somente para ilustrar que, nós (porque um dia nos disseram assim) por vezes esqueçemos que existem inúmeras outras formas de aprendizado e não somente o vindo de um bom livro interpretado por nós. 

Quando assistimos uma peça de teatro ou filme, lemos sim um livro, mas delegamos a terceiros a interpretação deste "livro". 

Certamente faremos a adequação desta interpretação, mas o importante é que, antes de mais nada, adquirimos informação e, em muitos casos, isso se transforma em profundo conhecimento. 

Diante disso, nao chega a ser dificil percebermos que em quase todos os casos, o que realmente "falha" é a forma que, se baseando apenas na maioria...exclue, rotula e marginaliza, quem, por incapacidade biológica, emocional ou ambos, necessita de outras formas de aprendizado.
 

"Senhoras e senhores"...eu vos apresento a Dislexia....?

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Pesquisa revela quadro da depressão em 2020.


 
OMS prevê que em 2020 depressão será responsável pelo maior número de incapacitados no mundo

A pesquisa, publicada no Jornal Brasileiro de Psiquiatria, em 2012, discute os sintomas de depressão em idosos e o seu prejuízo funcional para essa faixa etária. Escrito pelo  Departamento de Educação Física da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o artigo “Sintomas depressivos e prejuízo funcional [...] ressalta também a importância de programas que prestam atendimento ao paciente. A relação da depressão com a perda do desempenho de atividades básicas de rotina e as causas do transtorno entre as pessoas é cada dia mais relevante. Os autores explicam que os que apresentam quadros de depressão podem demonstrar maiores complicações físicas e funcionais que comprometam as atividades diárias, uma vez que a depressão tem por sintomas a perda de interesse pelas atividades, o cansaço e o desânimo. “Sabe-se que há uma associação entre essas variáveis e, consequentemente, uma diminuição da qualidade de vida, porém, os estudos não têm conseguido demonstrar ainda uma relação de causa e efeito, ou seja, se a depressão por si só pode levar a uma diminuição dos níveis funcionais ou se a queda de desempenho nas atividades funcionais pode levar ao desenvolvimento da depressão”, afirmam. A pesquisa chama a atenção para o avanço da depressão e diz que, em 2020, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a doença “pode ser a maior causa de incapacidade no mundo”.
E importante lembrar que não existe uma razão específica para que a população desenvolva depressão, já que esta doença é multifatorial e envolve inumeras variantes. O artigo esclarece a participação mais mulheres do que homens. “O sexo feminino é apontado como um dos fatores de risco para depressão, o que é confirmado pela alta frequência de sintomas depressivos em mulheres participantes de vários estudos presentes na literatura. Porém, apesar de não haver uma exata explicação biológica que esclareça esses dados, a mulher parece estar mais exposta a outros fatores de risco que também estão associados ao desenvolvimento da depressão, como baixo grau de instrução, baixa renda, pior condição de saúde, piores níveis de funcionalidade e baixo suporte social”, comenta. [...]
“As clinicas de atendimento, são uma ferramenta fundamental voltada para atenção e cuidados especiais, enquanto não existem agravantes no quadro. A pesquisa ainda demonstra que: “faz-se necessária a expansão de programas como esse e também de pesquisas voltadas a essa população específica. Só assim será possível conhecer melhor as características físicas, cognitivas e psicológicas dessas pessoas e estruturar ações preventivas e de tratamento”.

Agência Notisa
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Stress no trabalho aumenta em até 70% risco de problemas cardiovasculares em mulheres

Pesquisa feita em Harvard mostrou que empregos que exigem muitas tarefas em pouco tempo elevam chances de mortes por doenças do coração.

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O fato de que o estresse pode exacerbar o eczema atópico é muito bem aceito

Stress no trabalho é risco a longo prazo para saúde cardíaca da mulher, diz estudo (ThinkStock)
Mulheres que trabalham em ambientes muito estressantes, em comparação com quem sofre menos stress no emprego, têm um risco maior de passarem por uma cirurgia cardíaca, de sofrerem algum evento cardiovascular, como um infarto ou um derrame cerebral, ou então de morrerem em decorrência de um problema como esse. Essa é a conclusão de um estudo feito no Hospital Brigham and Women, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. De acordo com a pesquisa, publicada nesta quarta-feira no periódico PLoS One, porém, a insegurança em relação ao emprego não afeta essas chances.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original:
Job Strain, Job Insecurity, and Incident Cardiovascular Disease in the Women’s Health Study: Results from a 10-Year Prospective Study

Onde foi divulgada:
revista PLoS One

Quem fez:
Natalie Slopen, Robert Glynn, Julie Buring, Tené T. Lewis, David Williams e Michelle Albert

Instituição:
Hospital Brigham and Women da Universidade de Harvard, Estados Unidos

Dados de amostragem:
22.086 mulheres com idade média de 57 anos

Resultado:
Trabalhos estressantes e altamente tensos aumentam em 40% chances de evento cardiovascular, morte por um problema desses e cirurgia cardíaca e em 70% risco de infarto não fatal
Os pesquisadores consideraram um trabalho muito estressante como aquele cujas tarefas demandam muito das mulheres — ou seja, as fazem produzir o tempo todo com prazos difíceis de serem cumpridos e as deixam sempre em estado de tensão. Segundo os resultados, em relação a mulheres cujo emprego era menos estressante, aquelas que sofriam mais stress no trabalho tiveram um risco 40% maior de terem qualquer problema decorrente de uma doença cardiovascular (ataque cardíaco, AVC, cirurgia ou morte) e aproximadamente 70% mais chances de sofrerem um infarto não fatal.
Leia também: Mulheres que têm trabalho exaustivo tendem a comer mais e descontroladamente
Vitamina B pode melhorar stress relacionado ao trabalho
Stress no trabalho é risco crescente para a saúde pública

Essas conclusões foram baseadas em 10 anos de pesquisa feita com 22.086 mulheres que tinham, em média, 57 anos quando o estudo começou. Durante esse período, foram registrados 170 ataques cardíacos, 163 casos de acidente vascular cerebral (AVC) e 52 mortes por doença cardiovascular. Ao calcularem a relação entre stress no trabalho e esses eventos cardíacos, os pesquisadores também levaram em consideração outros fatores de risco, como idade, estilo de vida e hábitos alimentares.
“Empregos altamente estressantes e que provocam tensão entre os trabalhadores são uma forma de stress psicológico e surtem efeitos adversos à saúde cardiovascular a mulher a longo prazo. Nossos resultados sugerem a necessidade de cuidados especiais de saúde a pessoas que sofrem maior tensão no trabalho e que, portanto, podem ter um maior risco de eventos cardiovasculares”, diz a coordenadora da pesquisa, Michelle Albert.

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Síndrome do coração partido

Pesquisa sugere que o problema desacelera função cardíaca para evitar que o coração seja excessivamente estimulado em situações de stress.

 

'Síndrome do coração partido' é mais frequente em mulheres com mais de 55 anos de idade

A ‘síndrome do coração partido’, é uma doença que têm causas emocionais e sintomas parecidos com os do infarto do miocárdio, embora provoque problemas cardíacos temporários, na verdade é uma maneira de proteger o coração contra descargas muito grandes de adrenalina.
Essa síndrome, chamada cardiomiopatia de Takotsubo, pode aparecer quando uma pessoa tem um grande choque emocional, seja ele positivo ou não, como o fim de um relacionamento, a perda de um ente querido ou o fato de ganhar na loteria, por exemplo. Esse indivíduo, então, sofre com uma sobrecarga intensa de hormônios do stress, como a adrenalina, e pode ter dores fortes no peito, falta de ar e até desmaio. Na maioria dos casos, a vítima consegue se recuperar e não volta a apresentar o problema.

 'Síndrome do coração partido', potencialmente fatal, atinge mais mulheres do que homens.

 A pesquisa foi publicada no periódico Circulation, uma publicação da Associação Americana do Coração, foi feita na Universidade Imperial de Londres, na Grã-Bretanha.


Doença que protege outras — Segundo a pesquisa, a 'síndrome do coração partido' é uma maneira de proteger o corpo contra danos mais graves. Os autores sugerem que pessoas com esse problema têm uma resposta diferente à adrenalina e, em vez de apresentarem um estímulo excessivo da função cardíaca quando há uma carga grande do hormônio, elas reduzem o bombeamento do coração em situações de stress. Isso, de acordo com os pesquisadores, provoca uma insuficiência cardíaca temporária, mas que é recuperada em poucos dias ou semanas.
Essas conclusões foram obtidas após os pesquisadores realizarem testes com ratos que foram induzidos a apresentar características do coração semelhantes às de pessoas com a 'síndrome do coração partido'. Os animais, então, receberam doses fatais de adrenalina e de outras substâncias que superestimulam o coração. Os autores do estudo observaram que os ratos com a síndrome se mostraram protegidos contra quantidades tóxicas do hormônio. "Há novas pistas sobre como o coração pode se proteger do stress, e isso abre portas para novas pesquisas sobre a 'síndrome do coração partido'".

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TODOS PRECISAMOS TER AMANTES !!



 Não nos impactemos pelo título. Leia com serenidade e entenderás que muitas pessoas têm um amante e outras gostariam de ter um.
Há também as que não têm, e os que tinham e perderam.

Geralmente, são essas últimas que vêm aos nossos consultórios,  contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia, pessimismo, crises de choro, dores etc.

Elas nos contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver
e que não sabem como ocupar seu tempo livre.

Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.
Antes de nos contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme:  
"Depressão", além da inevitável receita do antidepressivo do momento.

Assim, após escutá-las atentamente, lhes dizemos que não precisam de nenhum antidepressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE!!!

É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem a sugestão.
Há as que pensam:
"Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas"?!

Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais.
Para aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte:

"AMANTE é aquilo que nos apaixona; é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono; é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.

O nosso "AMANTE " é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta.
É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.

Às vezes encontramos o nosso "AMANTE" em nosso parceiro.
Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto...

Enfim, é "alguém" ou "algo" que nos faz "namorar a vida" e nos afasta do triste destino de ir levando.

E o que é "ir levando"?

Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva.

Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje,  fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã.

Por favor, não se contente com "ir levando"... Seja também um amante e um protagonista de sua própria vida!
  
Acredite:

O trágico não é morrer; afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém.
O trágico é desistir de viver...
Por isso,  procure algo para amar...

A psicanálise, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:
PARA  ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA E DELA SER AMANTE...

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Adaptado  - Jorge Bucay - Argentina/2002

O que é a Terapia Gerson? ("Guerson")


Quando foi apresentada ao mundo por Max Gerson, M.D., esta terapia alimentar estava tão à frente do seu tempo que não havia praticamente nenhum estudo disponível na literatura científica que explicasse como ela podia conduzir a espantosas curas, quer em doenças crónicas quer infecciosas. Apesar disso, e pelo facto de, através dela, tantas pessoas se terem curado dos seus casos avançados de tuberculose, doenças de coração, cancro e muitas outras doenças, a Terapia Gerson estabeleceu-se como um enorme contributo para o campo da medicina, através da publicação de artigos na “literatura médica revista por pares” (peer-reviewed medical literature). Max Gerson publicou pela primeira vez sobre o tema do cancro em 1945, quase 40 anos antes da adopção do actual programa sobre dieta, nutrição e cancro pelo Instituto Nacional do Cancro dos EUA.
Desde que começou a aplicar o seu tratamento, nos anos 20, Gerson tratou muitas centenas de pacientes e continuou a desenvolver e refinar a sua terapia até ao dia da sua morte, em 1959, com 78 anos.
O seu paciente mais famoso foi o Dr. Albert Schweitzer, filósofo, teólogo e médico missionário, que aos 75 anos sofria de diabetes avançado. Gerson tratou-o com a sua terapia e Schweitzer curou-se por completo, voltou ao seu hospital africano, ganhou o prémio Nobel da Paz aos 77 anos e trabalhou até aos 90.

O objetivo da Terapia Gerson no Tratamento contra o câncer,  é criar as condições dentro do nosso organismo para que a sua magnífica habilidade de curar a si próprio atue a pleno.

Ao abordar o corpo na sua totalidade, a Terapia atua segundo 3 vectores complementares e sinérgicos:
- fornece todos os nutrientes necessários ao organismo
- suprime todos os elementos tóxicos dos alimentos e da casa
- estimula o corpo a eliminar as toxinas acumuladas

Através dessas 3 componentes, todo o nosso organismo se desintoxica e regenera: células, tecidos e órgãos libertam-se de toxinas, o metabolismo regressa ao estado natural e saudável,  fazendo com que todos os sistemas se reequilibrem.

As doenças degenerativas reduzem progressivamente a capacidade do corpo de eliminar resíduos metabólicos adequadamente, provocando habitualmente insuficiência hepática e renal. Para reverter isso, a Terapia Gerson usa métodos de desintoxicação intensivos que estimulam a eliminação desses resíduos, regeneram o fígado, fortalecem o sistema imunologico e restauram os elementos essenciais para um forte e saudável metabolismo: as enzimas, os minerais e os hormonios.

Com abundantes nutrientes, mais oxigênio disponível, supressão de elementos agressores e desintoxicação celular e orgânica, todo o metabolismo melhora e as células – e todo o corpo – podem regenerar-se, tornando-se assim, saudáveis e prontas para prevenir futuras doenças.

A maior parte das terapias, — convencionais ou não –, tratam apenas os sintomas e ignoram o que, em última análise, o que causa a doença.
A razão pela qual a Terapia Gerson é eficaz em tantas doenças diferentes (SENDO O CÂNCER A QUE ALCANÇA MAIS ÍNDICE DE CURA) é que restaura a incrível capacidade do corpo de se auto-curar.
Em vez de tratar só os sintomas de uma doença específica, a Terapia Gerson trata as causas da doença em si.

É importante entender e usar todos os procedimentos de forma adequada e com acompanhamento, no entanto, não se pode afirmar que cure tudo, nem todos, nem sempre. Vale o registro como uma opção contra o sofrimento e mais uma forma de buscar a cura para esta doença que assola milhões de pessoas.

A importância do Cortisol

 

Cortisol é o glicocorticóide mais potente produzido pela glândula supra-renal humana. É sintetizado do colesterol
e a sua produção é estimulada pelo hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) que é regulado pelo fator de liberação de corticotropina (CRF). O cortisol age através de receptores intracelulares específicos e afeta vários sistemas fisiológicos incluindo a função imunológica, regulação da quantidade de glicose, tonalidade vascular, e metabolismo ósseo. Normalmente conhecido como um hormônio do stress, ele ajuda a lidar com cada tipo de stress, de infecção ao medo.

Se você estiver no trabalho ou passando por uma emergência, um acidente, ou um confronto, o cortisol o ajudará a manter-se contido.
A produção de Cortisol tem um ritmo cicardiano que dependente do ACTH com níveis máximos cedo pela manhã. 
O fator que controla este ritmo não está completamente definido e pode ser interrompido por várias condições físicas e psicológicas. ACTH e cortisol são secretados independente do ritmo circadianos como reação ao stress físico e mental.   
Níveis elevados de cortisol e a falta de uma variação diurna têm sido identificados com a doença de Cushing (hipersecreção de ACTH). Níveis elevados de cortisol circulando, também foram identificado nos pacientes com tumores
nas glândulas supra-renais. Níveis baixos de cortisol são encontrados na insuficiência adrenal primária (e.g. hipoplasia da supra-renal, doença de Addison) e na deficiência em ACTH. 

Por causa das variações normais circadianas nos níveis de cortisol, distinguir entre níveis normais de cortisol e os níveis anormais de baixo cortisol pode ser difícil, por isso várias coletas diárias são recomendadas.
Lidar com o stress é uma parte muito importante do seu programa de saúde. Um exame hormonal de saliva para cortisol pode servir como um termômetro para seu stress, te avisando e alertando das exposições continuas ao stress, e assim a prováveis doenças. O exame de saliva irá te dizer se você precisa fazer alguma coisa sobre o seu stress, como tomar alguma ação para mudar as suas circunstâncias, ou obter algum sucesso em novas áreas de relaxamento e alivio ao stress. Quando você souber o nível de cortisol na sua saliva você poderá começar a tomar medidas na sua vida para reduzir o stress e proteger a sua saúde ao longo prazo. 
 
Um exame hormonal, permite o conhecimento de seu nível de Cortisol: 

  • Ajudar você a lidarr com o estresse, traumas, infecções, e pressões ambientais.
  • Aumentar a energia e o metabolismo.
  • Ajudar a regular a pressão sanguinea.
  • Realçar a integridade dos vasos sanguíneos.
  • Reduzir as reações alérgicas e inflamatórias.